Prefeitura de Curitiba concentra obras em 2007

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O investimento da prefeitura de Curitiba nos primeiros quatro meses de 2007, apresentado ontem em audiência pública, comprovou o que os curitibanos há meses vinham notando. Este será o ano com o maior investimento em obras na cidade. Segundo a Secretaria Municipal de Finanças, foram investidos em obras no primeiro quadrimestre de 2007, R$ 113,4 milhões. Número muito superior aos anos anteriores. No mesmo período de 2006, investiu-se R$ 17,4 milhões. Em 2005, primeiro ano de mandato do prefeito Beto Richa (PSDB), foram R$ 7,8 milhões. Desde o início da atual gestão, os recursos para a área aumentaram 14 vezes.

Os R$ 113,4 milhões empenhados em 2007 para construções correspondem a 33% do total previsto para o ano (R$ 347,8 milhões). "O município gastou menos que arrecadou, um equilíbrio capaz de realizar obras e de pagar por elas", afirma o secretário municipal de Finanças, Luiz Eduardo Sebastiani. De acordo com a secretaria, há 219 obras em andamento na capital, entre escolas, conjuntos habitacionais, ruas, obras de saneamento e de edificações. Se o prefeito Richa buscar a reeleição, todas as obras devem ser inauguradas com a presença dele antes dos três meses que antecedem o dia da votação, conforme Lei Eleitoral.

O número de obras, no entanto, poderia ser maior. Curitiba deixou de arrecadar R$ 39 milhões com a suspensão, em outubro de 2006, do Fundo de Desenvolvimento Urbano (FDU), repassados pelo governo do estado por meio de empréstimo. Também as verbas provenientes do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) irão sofrer redução. A diminuição, somada à taxa cambial favorável do Real, fazem surgir novos desafios. "Há uma renegociação com o BID de suplementar a quantia projetada em dólar. Na época, o dólar estava a R$ 3,20. Já a obra é a mesma", diz Sebastiani.

Metas

Na audiência pública de prestação de contas, realizada ontem na Câmara Municipal, a prefeitura apresentou as demais metas para 2007. O orçamento previsto de R$ 3,058 bilhões para 2007 deve fechar o ano com R$ 3,060 bilhões – um aumento de R$ 2 milhões para investimentos.

No primeiro quadrimestre, 12,39% do orçamento foram aplicados na área de saúde (R$ 75 milhões) e 17,26% para educação (104,6 milhões). Constitucionalmente, 15% deve ser investido na saúde e 25% em educação.

A dívida consolidada do município estava em R$ 348,8 milhões em 30 de abril. No último dia de 2006 fechou em R$ 363,8 milhões. "Tivemos uma redução da dívida: pagamos mais do que ampliamos", diz Sebastiani.

A Câmara Municipal também apresentou suas contas. Foram gastos 30,52% dos R$ 69 milhões previstos para 2007. A despesa realizada pelo legislativo municipal, em 2006, totalizou R$ 59,9 milhões.