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“Capivaras na rede”: Curitiba responde a SP | /
“Capivaras na rede”: Curitiba responde a SP| Foto: /

No que pode ser entendida como uma crítica à maneira pela qual a prefeitura de Curitiba interage com os internautas por meio das redes sociais, responsáveis pela equipe de comunicação da administração municipal de São Paulo disseram que “colocar capivaras voando não ajuda a pessoa a ser mais cidadã ou participativa”. A frase é parte da reposta formulada a uma estudante de Relações Públicas que questionou o motivo pelo qual a prefeitura paulista não entrou “na onda das ‘prefs’ ” – como é “carinhosamente” chamada a prefeitura da capital paranaense nas redes sociais.

Natália Horta, uma universitária paulistana que decidiu saber por que a prefeitura de São Paulo mantém uma página no Facebook com um padrão menos despojado, disse que a pergunta nasceu de uma curiosidade apenas e que gostou da forma como a equipe procurada se manifestou. Pergunta e resposta são de um diálogo desta quarta-feira (21), que ganhou as redes depois que a estudante decidiu compartilhar os textos por achar a discussão interessante.

Na resposta, que tem causado polêmica na internet, a prefeitura de São Paulo disse a Natália que mesmo antes de oficializar um perfil no Facebook já havia decidido não fazer piadas e usar emoticons ou memes (algo que se espalha rapidamente na internet).

“Essa escolha se deu por alguns fatores: a gente acredita que administração pública não é entretenimento, então colocar capivaras voando não ajuda a pessoa a ser mais cidadã ou participativa ou ainda a entender o assunto abordado”, explicou a prefeitura paulista na resposta, dada via redes sociais.

Ainda segundo o perfil de São Paulo na rede social, grande parte das pessoas que curtem o perfil de Curitiba não moram na cidade, portanto, “não se interessam se o memes representam alguma mudança real no dia a dia dos curitibanos ou se é apenas perfumaria virtual”. Ainda de acordo com a prefeitura de São Paulo, a capital paulistana é uma cidade um tanto mal humorada.

Natália, que trabalha como social media – profissional que gerencia redes sociais de empresas e entidades – disse que aprecia a forma como a prefeitura de Curitiba administra suas redes sociais, mas falou também não ver erro no caminho seguido pela prefeitura paulista. “A estratégia [de São Paulo] é útil para o público que eles querem atender. Então, não dá para dizer quem está certo ou errado. Existem diversas maneiras de alcançar um determinado público, e acho que a prefeitura de São Paulo faz um trabalho eficaz para o que eles querem”, comentou a estudante.

Prefeitura de Curitiba defende interação despojada

Responsável pelo Departamento de Mídias Sociais e Internet da prefeitura de Curitiba, o jornalista Álvaro Benvenutti Borba defendeu a postura usada pelo órgão nas redes sociais. Ele disse ainda que a resposta de São Paulo gerou uma oportunidade para que a equipe curitibana explique à comunidade esse tratamento dado às informações, que acabou influenciando outros municípios do país que também decidiram interagir mais informalmente - porém de maneira responsável - com os internautas.

“Essa opção de usar humor e aderir à cultura pop é apenas uma opção estética nossa. O mais importante é a disposição ao diálogo que mantemos com a população”, afirmou.

Na manhã desta quinta-feira (22), a prefeitura de Curitiba postou um texto dizendo que a maneira escolhida para gerir as redes sociais da administração municipal é uma tentativa de tornar a capital “cada vez mais humana”.

“Temos bons motivos para acreditar que as interações online podem tornar o mundo offline num lugar melhor”, justifica o texto, que agradece ainda todas as críticas e elogios já dados à equipe. “Tudo isso só foi possível porque a Prefs teve a humildade de aceitar a linguagem e a estética que dominam as redes sociais. Entendemos que é o poder público que deve se esforçar para se aproximar das pessoas e não o contrário. Foi assim que a prefeitura virou a Prefs; um apelido que vocês nos deram e nós aceitamos - e não dá pra parar de agradecer: obrigada!”

Procurada pela reportagem, a prefeitura de São Paulo ainda não se manifestou sobre o assunto.

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