A prefeitura de Curitiba não paga pela coleta e transporte de lixo da cidade há seis meses e a dívida já soma R$ 58,3 milhões. Somados aos R$ 13,7 milhões do custo do serviço neste mês, o município chegará ao fim de janeiro devendo cerca de R$ 72 milhões aos responsáveis pelo serviço. Os números foram divulgados ontem pela prefeitura logo após a primeira reunião do grupo que discutirá as políticas de resíduos sólidos de Curitiba. O prefeito Gustavo Fruet (PDT) classificou a dívida herdada da gestão anterior como mais uma "bomba-relógio" prestes a explodir.
O secretário municipal do Meio Ambiente, Renato Lima, informou que alguns prestadores têm se revoltado e procurado explicações para a falta de pagamentos. Ele garantiu, porém, que não há indícios de que haverá suspensão do serviço de coleta de lixo. "Os prestadores vêm contar que estão com dificuldades, e estamos analisando caso a caso. Às vezes são empresas menores, que não podem aguardar por muito tempo, outras vezes são empresas que têm condições de esperar. Estamos analisando como vamos pagar cada uma delas", explicou.
Lima ainda disse que a prefeitura já está estudando como pagar as pendências. Antes de quitar as dívidas, porém, elas serão analisadas pelo Comitê Municipal de Transparência e Responsabilidade Financeira.
As dívidas com os prestadores do serviço de lixo fazem parte, segundo a atual gestão, de um total de R$ 330 milhões em débitos herdados da antiga administração. Ontem, procurado pela reportagem, o ex-prefeito Luciano Ducci (PSB) informou por meio de sua assessoria de imprensa que é normal que haja débitos que fiquem para ser pagos de um ano para o outro. Segundo a assessoria de Ducci, essa conta pode ser paga com 15 dias de arrecadação.
Reciclagem
Durante a reunião de ontem, o comitê municipal do lixo também discutiu o andamento da licitação para implantar o Sistema Integrado de Aproveitamento de Resíduos Sólidos (Sipar), uma usina que receberia e reciclaria o lixo de Curitiba e de outros 18 municípios da região metropolitana. O processo de licitação está emperrado desde 2008 devido a questionamentos judiciais de empresas interessadas em operar o Sipar.
Renato Lima disse que uma medida para solucionar o imbróglio deverá ser tomada nos próximos meses. Até que o impasse se resolva, o lixo da capital e região continuará sendo encaminhado para um aterro provisório de Fazenda Rio Grande e para outro na Cidade Industrial de Curitiba (CIC).
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