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Sede do ICS: segundo a denúncia, gastos irregulares somariam R$ 200 mil mensais e poderiam quebrar a entidade | Antônio More/ Gazeta do Povo
Sede do ICS: segundo a denúncia, gastos irregulares somariam R$ 200 mil mensais e poderiam quebrar a entidade| Foto: Antônio More/ Gazeta do Povo

O prefeito Gustavo Fruet (PDT) determinou ontem a abertura de uma sindicância para investigar supostas irregularidades no Instituto Curitiba de Saúde (ICS) – responsável pelo atendimento médico dos servidores municipais. A decisão se baseou em denúncias feitas pelo diretor de Administração e Finanças da entidade, Samir Fouani, que envolveriam contratação irregular de serviços e gastos desnecessários por parte de outros dirigentes do ICS. Ontem, Fouani levou as informações ao Ministério Público Estadual (MP).

Em entrevista à RPC TV, Fouani apresentou documentos que mostrariam que o presidente do ICS, Wilson Michaelis, e seu assessor executivo, Constantino Miguel Neto, receberiam recursos da entidade de forma irregular. Isso ocorreria por meio do Centro Avançado de Cirurgia Vascular, uma das clínicas credenciadas para atender os mais de 78 mil servidores e dependentes deles.

A empresa pertencia aos dois dirigentes. Mas, de acordo com o contrato social, foi transferida para os filhos deles em 28 de janeiro, quando ambos já tinham assumido o comando do ICS. Ainda assim, conforme nota fiscal de agosto, a clínica continuou prestando serviços e recebendo recursos do instituto. "É uma relação recorrente mensal de notas, de consultas atendidas pelo ICS para a clínica do doutor Michaelis", disse Fouani à RPC TV.

Ele apresentou ainda uma nota fiscal de uma refeição no valor de R$ 696, em um restaurante em Ipanema, no Rio de Janeiro. Fouani alegou que se recusou a reembolsar a despesa, que teria sido feita por Michaelis. "Gastar R$ 700 com almoço é uma imoralidade num país onde o salário mínimo é de R$ 678", afirmou.

Segundo o diretor administrativo do ICS, gastos ilegais ou desnecessários como esse estariam consumindo cerca de R$ 200 mil mensais e poderiam "quebrar" as finanças do instituto. "A presidência do ICS não se retrata à diretoria, ela pode tudo. Ela está acima da lei, lamentavelmente", declarou.

Em nota divulgada no seu site, a prefeitura de Curitiba informou que Michaelis pediu afastamento do cargo para que o Conselho Administrativo do ICS tenha liberdade para investigar as denúncias. Ele será ouvido pelo conselho em reunião marcada para a próxima terça-feira. Já a situação de Fouani será anunciada quando ele retornar de licença médica. Por fim, a administração municipal destacou que já determinou uma revisão de todos os contratos do ICS. Michaelis e Miguel Neto não foram encontrados para comentar o assunto.

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