Às vésperas de assumir a Secretaria de Relações Institucionais em um dos momentos mais delicados do governo Dilma Rousseff, o deputado federal Ricardo Berzoini (PT-SP) disse na noite desta segunda-feira que prefere "construir edificações do que apagar incêndios". Antes mesmo de assumir o cargo, Berzoini já tinha sido escalado pela presidente Dilma Rousseff a montar uma tropa de choque para controlar os rumos da CPI da Petrobras.
Berzoini falou rapidamente com a imprensa após participar de reunião no Palácio do Planalto com a atual titular da SRI, Ideli Salvatti, e os líderes do governo na Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia (PT-SP); no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM); no Congresso, José Pimentel (PT-CE); do PT na Câmara, Vicentinho (SP); do PT no Senado, Humberto Costa (PE); e do bloco União e Força, senador Gim Argello (PTB-DF).
Nem o líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ), nem o do Senado, Eunício Oliveira (CE), compareceram à reunião. A ausência dos líderes peemedebistas é interpretada como mais um sinal de alerta ao Planalto, que teme as consequências da insatisfação dentro da sigla. "Foi muito boa (a conversa), mas não vou falar sobre ela, não sou ministro ainda", desconversou. Questionado pelo Broadcast Político se tem muito fogo para apagar dentro da base aliada, Berzoini respondeu: "Prefiro construir edificações do que apagar incêndios".
O futuro ministro da SRI também disse que é um "dos grandes articuladores da relação com o PMDB" e negou a existência de insatisfação dentro do Partido dos Trabalhadores com a gestão Dilma Rousseff. A posse de Berzoini está marcada para as 11h desta terça-feira, no Palácio do Planalto. Ideli será transferida para a Secretaria de Direitos Humanos, sob críticas de colegas do PT e do movimento gay, que alegam que a petista não tem perfil nem afinidade com os temas da futura pasta.
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