Com a renúncia de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que já era esperada pelo presidente interino, Michel Temer apelou por um consenso da base aliada na escolha de um nome para a sucessão da Câmara dos Deputados.
Em reuniões nesta quinta-feira (7), o peemedebista demonstrou preocupação com a possibilidade de que um racha na base aliada trave a votação de medidas de interesse do governo federal, como a lei dos fundos de pensão e o teto dos gastos públicos.
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Queda de Cunha: os 268 dias desde o pedido de cassação à renúncia da presidência
Leia a matéria completa“A orientação do presidente interino é deixar a própria base aliada se entender”, disse o líder do governo, André Moura (PSC-SE), que se reuniu com Temer. “O ideal é que tenha um nome de consenso”, acrescentou.
O presidente interino já esperava desde a semana passada a renúncia de Cunha. Em encontro no Palácio do Jaburu, Temer foi informado da intenção do peemedebista em renunciar e avaliou que seria a melhor solução.
No encontro, ambos discutiram a sucessão na Câmara dos Deputados e o presidente interino destacou a necessidade de um acordo entre a bancada peemedebista e o chamado “centrão”, campo político mais afinado a Cunha.
O Palácio do Planalto tem preferência por um nome da bancada peemedebista, como Osmar Serraglio (PMDB-PR) ou Baleia Rossi (PMDB-SP), mas, em nome de um consenso, está disposto a apoiar um nome do “centrão”, como Rogério Rosso (PSD-DF) ou Beto Mansur (PRB-SP).
Uma das ideias propostas pela base aliada, e que tem o respaldo do governo interino, é que eles revezem a presidência da Câmara dos Deputados nos próximos anos.
Para evitar uma reação de Cunha contra o governo federal, a ordem do presidente interino é que assessores e ministros evitem comentar publicamente sobre a renúncia do peemedebista.
A decisão de Cunha trouxe alívio a Temer devido à saída de Waldir Maranhão (PP-MA) do comando da Câmara dos Deputados, mas também preocupação com a possibilidade de retaliação do peemedebista fluminense, acuado com a perda de poder.
Nas palavras de um assessor presidencial, o ideal é que Cunha seja mantido permanentemente a “uma distância segura” do Palácio do Planalto.
Cunha anunciou a decisão em uma coletiva de imprensa, durante a qual chorou. Agora, a Câmara dos Deputados tem cinco sessões para realizar novas eleições para o cargo.
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