Os celulares e as contas nas redes sociais da jornalista e publicitária Mônica Moura estão ativos e entraram no radar da Lava Jato. A força-tarefa já sabe que um aplicativo de mensagem instantânea da mulher do marqueteiro João Santana, que comandou as campanhas da presidente Dilma Rousseff (2010 e 2014) e do ex-presidente Lula (2006), ficou ativo por mais de 24 horas depois de o casal se entregar à Polícia Federal.
Os equipamentos do casal não foram entregues aos policiais terça-feira passada, quando eles se apresentaram à Polícia Federal. Os dois chegaram a ser revistados em uma sala reservada no Aeroporto Internacional de Guarulhos, mas os policiais não encontraram dispositivo com eles.
A PF informou num dos relatórios da prisão de Santana e Mônica que os equipamentos estariam com os advogados dos publicitários e, segundo os policiais, não foram entregues. Os advogados negam estar com os dispositivos.
O primeiro indício de que o celular continuou a ser usado apareceu no Whatsapp de Mônica. O aplicativo ficou ativo pelo menos até as 12h30m da quarta-feira posterior à prisão.
Ainda não se sabe quem operou o aparelho. Os investigadores da Lava Jato dizem que não há crime em manuseá-lo, mas tentam saber quem esteve utilizando o telefone a partir do momento em que Mônica foi presa.
Segundo uma fonte ligada à defesa do casal, o aparelho ficou num dos escritórios deles na República Dominicana e segue ativo por conta de compromissos assumidos na campanha de reeleição do presidente Danilo Medina, em que Santana e Mônica trabalhavam até a prisão. Assim que saiu a notícia do envolvimento deles, o casal desligou-se da campanha.
Além do aplicativo de troca de mensagens, pelo menos uma rede social da publicitária também está ativa. Neste fim de semana, alguém entrou no perfil de Mônica no Instagram, aplicativo de postagem de fotos, e excluiu jornalistas ligados direta ou indiretamente à cobertura da Lava Jato. Além da imprensa, outro perfis desconhecidos teriam sido bloqueados.
Enquanto os aparelhos de Mônica seguem ativos e sendo usados, os números relacionados a Santana estão “mudos” desde a véspera de sua prisão. O Whatsapp foi usado pela última vez às 20h19m de segunda-feira, 22 de fevereiro, quando foi deflagrada a 23ª fase da Operação Lava Jato, batizada de Acarajé.
Os advogados de Mônica não comentaram o caso. No dia de prisão do casal, o criminalista Fabio Tofic disse que os dois não têm obrigação legal de apresentar os aparelhos.
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