Uma promotora de Brasília foi presa, nesta quarta-feira (20), com o marido. Eles são suspeitos de envolvimento no mensalão do Democratas de Brasília.
A promotora de Justiça Débora Guerner e o marido dela, Jorge Guerner, foram presos em casa. Na chegada para fazer exame de corpo de delito, ela se irritou com a presença da imprensa.
Na investigação, a Polícia Federal encontrou um cofre enterrado no quintal da casa da promotora com pacotes de dinheiro e vídeos gravados pelas câmeras de segurança da própria casa. As imagens mostram reuniões entre Débora e o ex-procurador-geral de Justiça do Distrito Federal, Leonardo Bandarra.
De acordo com a denúncia do Ministério Público, eles forneciam informações sigilosas a Durval Barbosa, delator do mensalão do DEM, sobre os processos a que ele respondia na Justiça. Teriam recebido até R$ 1,6 milhão de propina e ainda teriam tentado extorquir dinheiro do ex-governador José Roberto Arruda. Em outro vídeo, o marido de Débora apanha dinheiro de um cofre escondido em um armário.
Até então, Débora Guerner respondia aos processos em liberdade, mas o Ministério Público afirma que ela estava tentando forjar provas de que sofre de uma doença mental, o transtorno bipolar, para escapar dos processos. Débora Guerner apresentou à Justiça laudos psiquiátricos de dois médicos.
Além disso, segundo o Ministério Público, um vídeo mostra a promotora sendo treinada pelo psiquiatra Luis Altenfelder Silva Filho para simular que sofre do transtorno. O marido de Débora também participa da suposta simulação. Por isso, o Ministério Público denunciou o médico e pediu a prisão do casal por formação de quadrilha, fraude processual e falsidade ideológica.
O advogado do casal já entrou com pedido de habeas corpus: "Não estou dizendo que isso aconteceu, mas ainda que tenha acontecido, todo acusado tem direito de se defender, ampla, eficaz e profundamente", diz Pedro Paulo de Medeiros, advogado do casal.
O psiquiatra Luis Altenfelder reafirmou que Débora tem transtorno bipolar. Ele confirmou que esteve na casa da promotora para ajudá-la a se preparar para o depoimento, mas negou que tenha participado de uma simulação. O psiquiatra declarou que a denúncia do Ministério Público é um equívoco.
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