A presença de um promotor do Ministério Público no depoimento do advogado Rogério Buratti na CPI dos Bingos provocou polêmica entre os parlamentares da comissão. Alguns parlamentares alegam que a presença do promotor poderia deixar o depoente constrangido, já que há suspeita de que Buratti tenha sido coagido em seu depoimento no MP de São Paulo.
- Ninguém é impedido de participar, mas é anti-ético que ele participe. O promotor público que o prendeu, que o acusou, esteja diante da testemunha nesta CPI - justificou o senador Flávio Arns (PT-PR).
Outros defenderam a permanência do promotor na audiência.
- Se ele foi coagido no MP, esta seria uma grande oportunidade que ele teria para se manifestar, olhando olhos nos olhos do promotor que o acompanhou. Se ele falar que foi coagido na ausência do promotor, eu não vou acreditar. A verdade não tem sido prioridade nestes depoimentos. Eu não acredito também na possibilidade de que ele tenha sido coagido com essa facilidade. Se ele foi coagido com esta facilidade, do depoimento para cá, ele foi coagido a mudar de opinião - disse o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE).
O senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA) também defendeu a permanência do promotor.
- Se o senhor Buratti vai falar a verdade, não tem porque se incomodar.
O relator da comissão, senador Garibaldi Alves (PMDB-PB), assumiu a responsabilidade pelo convite do promotor, que o procurou com documentação que, de acordo com ele, poderá ajudar nas investigações e alegou que não pensou que a simples presença do promotor poderia deixar Buratti constrangido.
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
Quem são os indiciados pela Polícia Federal por tentativa de golpe de Estado
Bolsonaro indiciado, a Operação Contragolpe e o debate da anistia; ouça o podcast
Seis problemas jurídicos da operação “Contragolpe”