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Requerimento

Base aliada demanda explicações

Apesar da queda de Antonio Palocci da Casa Civil, o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), afirmou ontem que a base aliada ainda quer aprovar um requerimento convidando o ex-ministro a se explicar sobre a multiplicação de seu patrimônio em quatro anos e o faturamento de R$ 20 milhões de sua consultoria somente em 2010.

O requerimento pode ser aprovado ainda esta semana, provavelmente na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), comissão presidida por um petista: João Paulo Cunha (SP). "O governo quer que ele venha e ele quer vir", disse Vaccarezza.

O líder do governo não deu data para o depoimento. A estratégia de convidar Palocci começou a ser traçada na segunda-feira, quando ele ainda comandava a Casa Civil. A intenção era mostrar que ele não tinha nada a esconder.

Um requerimento de convocação ao ex-ministro já tinha sido aprovado na Comissão de Agricultura da Câmara, na semana passada. A diferença é que governistas queriam que Palocci viesse por vontade própria e não pressionado pela oposição.

Folhapress

A presidente Dilma Rousseff abriu o discurso na cerimônia de posse da nova ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, dizendo que está triste pela saída de Antonio Palocci.

"Jamais ficaremos parados por causa de desgastes políticos. O nosso governo tem metas e vai alcançá-las, desde que se entenda que o interesse nacional dever se sobrepor aos interesses políticos. Contamos com o apoio da base aliada e da população", disse.

No início do discurso, Dilma elogiou muito Palocci ao explicar porque também se sentia triste pela saída dele. "Tenho muitos motivos para lamentar a saída de Palocci: motivos de ordem política, de ordem administrativa e pessoal. Ele foi junto com outros dois companheiros um dos três artífices da trajetória que me elegeu presidente. Suas ideias, sua capacidade de liderança e de articulação política me ajudaram muito. Agradeço a ele do fundo do coração pelo que fez pelo governo e por mim."

Dilma não deixou, porém, de dizer que também estava feliz com a solução que encontrou para substituir Palocci. E desejou boas-vindas à nova ministra e disse ter certeza de que Gleisi terá sucesso, porque conhece bem o cargo, já que foi a ministra da Casa Civil de Lula. E mandou um recado: "Prepare-se, os nossos compromissos são ousados".

Durante a despedida de Palocci, Dilma não escondeu o mau humor e a contrariedade em ter de abrir mão do seu principal ministro. No início e no final do dicurso de Palocci, Dilma, José Sarney e Michel Temer fizeram questão de se levantar e aplaudi-lo de pé. Durante toda a cerimônia, Dilma ficou com o semblante pesado, sem sorrir em nenhum momento.

"Eu estaria mentindo se dissesse que nao estou triste", disse a presidente. Palocci, na saída, deu uma rápida entrevista e disse que vai embora sem mágoa. "Tudo o que não levo daqui é mágoa. Alegrias? Levo muitas", disse o ex-ministro.

No discurso, Palocci enfatizou que, durante todo o tempo, trabalhou "na mais estrita legalidade" e salientou que o parecer do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, confirmou o que ele vinha dizendo desde o início sobre a correção de suas atividades como consultor

Também ontem, o ex-presidente Lula disse que a saída de Palocci é "triste", mas afirmou que a presidente Dilma agiu "no tempo certo".

Petrobras

Além de pedir demissão da Casa Civil, Palocci solicitou afastamento do conselho de administração da Petrobras, segundo fontes do governo. Como conselheiro da estatal, ele participava de reuniões e recebia cerca de R$ 6 mil por mês.

Ontem pela manhã, o presidente da estatal, José Sérgio Gabrielli, havia defendido a permanência do ex-ministro no posto. Em entrevista no Rio, o executivo afirmou que Palocci não teria motivos para deixar o assento no conselho, cargo para o qual havia sido eleito no final de abril.

Segundo Gabrielli, os convites feitos para integrar o conselho são direcionados às pessoas físicas e não estão atrelados ao cargo que elas ocupam no governo. Gabrielli defendeu Palocci, a quem qualificou como "pessoa de alta competência".

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