O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), cobrou neste domingo (22) do governo brasileiro uma posição sobre a prisão de oposicionistas ao governo venezuelano do presidente Nicolás Maduro.

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Segundo Eduardo Cunha, “não dá para os países democráticos assistirem isso de braços cruzados como se fosse normal prender oposicionista, ainda mais detentor de mandato.”

Pelo Twitter, o peemedebista questionou o governo da presidente Dilma Rousseff.

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“Quero deixar o meu protesto pelas prisões absurdas do regime da Venezuela tentando calar a sua oposição”, afirmou. “Até quando o Brasil ficará calado sem reagir a isso?”, questionou.

O prefeito metropolitano de Caracas, Antonio Ledezma, foi preso na quinta-feira (19) e indiciado por conspiração e formação de quadrilha. No dia seguinte, um juiz acatou as acusações do Ministério Público (MP) e ordenou que o prefeito fosse levado a um presídio militar. A defesa nega as acusações e irá recorrer.

Na noite desta sexta-feira (20), o Itamaraty divulgou nota em que diz que o governo brasileiro “acompanha com grande preocupação a situação na Venezuela”. O texto não cita diretamente a prisão do prefeito.

“O governo brasileiro acompanha com grande preocupação a evolução da situação na Venezuela e insta todos os atores envolvidos a trabalhar pela paz e pela manutenção da democracia”, diz o texto.

Durante a entrega das cartas credenciais a embaixadores no Palácio do Planalto, na manhã de sexta, a presidente Dilma Rousseff havia dito que a detenção é uma “questão interna” da Venezuela.

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“Eu não posso receber um embaixador baseada em questões internas do país. Eu recebo os embaixadores baseada nas relações que eles estabelecem com o Brasil”, disse a presidente, em resposta a um jornalista.

Protestos 2014

A procuradoria da Venezuela afirma que Ledezma tem ligação com estudantes presos por incitar os protestos antigoverno de 2014, nos quais 43 pessoas morreram. O governo divulgou vídeos que supostamente provam que os jovens agiram sob ordens da direita colombiana. Até agora, porém, não foram apresentadas evidências contra Ledezma.

Críticos dizem que a detenção do prefeito revela um esforço de Maduro para tentar desviar o foco da grave crise econômica e acirrar divisões da oposição antes da eleição parlamentar do segundo semestre.

A prisão de Ledezma e de outros opositores, como Leopoldo López, também pelos protestos de 2004, segundo especialistas, é uma maneira de jogar com as debilidades e tentar rachar a oposição e tentar rachar.

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