O presidente da Câmara de Piraquara, vereador Gilmar Luis Cordeiro (PSB), teve o mandato cassado, na noite da última sexta-feira (11), após a conclusão de um relatório feito por uma Comissão Processante (CP).

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Durante a sessão, dez vereadores votaram a favor da cassação, dois foram contra e um se absteve. O procedimento foi instituído depois de denúncias realizadas por um eleitor do município da região metropolitana de Curitiba. O advogado do político disse que irá recorrer da decisão.

A sessão começou por volta das 17 horas e analisou seis denúncias que pesavam contra Cordeiro, entre elas a acumulação de cargos e a contratação de serviços sem licitação, de maneira irregular. Para que ocorresse a cassação, era necessário que dois terços da Câmara [maioria qualificada – nove votos] votassem a favor do procedimento.

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O presidente da CP, vereador Edson Baianinho (PHS), votou a favor da cassação de Cordeiro e disse que a Câmara de Piraquara cumpriu o seu papel. "Fizemos nosso papel como fiscalizadores. Havendo a suspeita, nosso papel era averiguar e foi o que fizemos. Diante da robustez das provas, não tínhamos como não cassar".

Cordeiro estava no seu primeiro mandato como vereador de Piraquara e estava afastado da presidência desde 13 de agosto, quando as denúncias foram recebidas pela casa. Segundo o advogado de defesa, Pedro Henrique Santos Farah, o vereador foi absolvido por unanimidade de quatro delitos e considerado culpado em outros dois: a acumulação do mandato com o cargo de diretor em uma escola pública de Piraquara e o fato do filho dele dar expediente no local. O advogado, porém, nega as acusações e diz que o político está sendo perseguido.

"Enquanto a maioria dos vereadores não quer trabalhar, ele é condenado por trabalhar. Temos um parecer favorável da Secretaria de Educação para que ele continuasse exercendo seu papel na escola e não havia incompatibilidade de horários. Pelo contrário. Sobre o filho, apresentamos testemunhas de que ele nunca recebeu um centavo da Câmara e não tinha qualquer ligação funcional com casa. Diante da inconstitucionalidade da decisão, vamos recorrer até amanhã, no máximo", afirmou. A próxima sessão da Câmara de Piraquara está marcada para começar às 19 horas de terça-feira.

Outras denúncias

Além de nepotismo e quebra de decoro parlamentar devido ao acúmulo de cargos públicos, Gilmar Luis Cordeiro foi acusado de outros quatro delitos, entre eles a confecção de material impresso ofensivo ao poder público custeado com dinheiro público e a gravação e distribuição de um vídeo, que poderia ter sido realizado por profissionais da Câmara - mas acabou senso terceirizado.

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De acordo com Farah, Cordeiro foi absolvido por unanimidade de todas essas acusações. Ainda segundo a defesa, as denúncias teriam sido realizadas por desavenças políticas. Na última sexta, antes da votação, o vereador cassado havia falado à Gazeta do Povo e disse que estava sendo perseguido. "Estou sendo cassado politicamente, não pela Justiça. Na realidade, ele [o denunciante] foi pago para fazer isso comigo", acusa Cordeiro, que chegou a ganhar um protesto em sua defesa.

Antes da sessão de ontem, membros da Associação de Moradores Nova Esperança bloquearam, por aproximadamente uma hora, um trecho da rodovia João Leopoldo Jacomel e depois acompanharam a votação em frente à Câmara Municipal de Piraquara. De acordo com o presidente da associação, Osmar dos Santos, a população não concordava com a cassação. "O vereador está sendo injustiçado", havia dito antes da decisão da casa.