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Um dia depois de a CPI dos Correios confirmar a existência de mensalão e definir novas ramificações para o valerioduto, o presidente da Câmara dos Deputados, Aldo Rebelo (PCdoB-SP) disse, em entrevista coletiva nesta quinta-feira, não acreditar que os parlamentares da base aliada tenham recebido recursos para votar contra ou a favor do governo.

- Houve transferência de recursos para partidos, para despesas de campanha e isso a CPI está esclarecendo. A tese do ex-deputado Roberto Jefferson de que deputados receberam para votar matéria do governo não se sustenta - disse.

O presidente da Câmara afirmou que acredita na versão dos dirirgentes partidários, apresentadas à CPI, de que os recursos foram usados para saldar compromissos eleitorais.

Ao apresentar seu relatório parcial, nesta quarta-feira, o relator da CPI dos Correios, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), disse acreditar que conseguiu conceituar e comprovar a existência do mensalão. Segundo ele, em alguns períodos, os repasses foram feitos semanalmente ou mesmo em intervalos de 48 a 72 horas. Foi constatada ainda a concentração de saques em períodos próximos de votações de interesse do governo e do troca-troca de partidos.

Serraglio revelou ainda que há indícios de que o Banco do Brasil e a Visanet foram os principais financiadores do valerioduto, o esquema de pagamentos a políticos aliados do governo Lula. Com base em auditoria feita pelo próprio BB, a CPI sustenta ter constatado que dos R$ 73,8 milhões da verba de publicidade adiantada pela Visanet à DNA entre 2003 e 2004, R$ 23,3 milhões ainda não tiveram comprovados os serviços correspondentes. O relator afirma que pelo menos R$ 19,7 milhões alimentaram diretamente o esquema montado pelo empresário Marcos Valério e o ex-tesoureiro petista Delúbio Soares.

- Já começamos a provar isso e até o fim das investigações ficará mais claro ainda que a maior parte dos recursos que alimentou o valerioduto é pública e saiu do Banco do Brasil e da Visanet - disse o relator-adjunto, deputado Eduardo Paes (PSDB-RJ).

Segundo a CPI, as agências de Marcos Valério movimentaram R$ 2,6 bilhões desde 1997, com maior fluxo de caixa, porém, a partir de 2002. A auditoria do BB não faz vinculação entre os recursos públicos destinados à DNA e repasses ao valerioduto. Mas o relatório dos auditores atesta que a falta de fiscalização e controle sobre os adiantamentos não permite confirmar sequer se o restante desses recursos foi realmente aplicado em ações da Visanet.

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