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150 pessoas, entre políticos do PT e representantes de centrais sindicais, participaram de ato em frente da Petrobras em São Paulo | Moacyr Lopes/Folha Imagem
150 pessoas, entre políticos do PT e representantes de centrais sindicais, participaram de ato em frente da Petrobras em São Paulo| Foto: Moacyr Lopes/Folha Imagem

São Paulo - O presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer (PMDB), negou ontem que seu partido esteja articulando uma ação para barrar a instalação da CPI da Petrobras, no Senado. O PMDB faz parte da base aliada do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, mas se uniu à oposição e apoiou a criação da comissão para apurar irregularidades na estatal após ter perdido cargos na administração federal.

Segundo matéria publicada na edição de ontem do jornal Valor Econômico, o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros, já teria arregimentado sete integrantes da base governista para uma ofensiva a fim de evitar a instalação da CPI.

Após participar de evento do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes, na capital paulista, Temer disse que o PMDB está apenas "tentando ajustar a composição da CPI". "De jeito maneira, não estamos tentando barrar não", justificou.

Eleições

Cotado para ser vice na chapa encabeçada pela ministra Dilma Rousseff (PT) para a Presidência, em 2010, Temer foi evazivo sobre essa possibilidade. "Fala-se (que sairei vice). Eu nunca falei."

Questionado sobre outro virtual vice de Dilma, o deputado Ciro Gomes (PSB), que também é cogitado para concorrer ao governo de São Paulo, Temer teceu elogios. "Ciro é uma figura, tem história política, está habilitado a qualquer cargo no país."

PT e centrais sindicais protestam contra investigação

Sob as palavras de ordem de "A Petrobras é nossa" e "CPI é manobra da direita", cerca de 150 pessoas, entre políticos do PT e representantes de centrais sindicais, participaram ontem de ato público em frente à sede da Petrobras na Avenida Paulista, em São Paulo. Manifestantes, principalmente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e da União Geral dos Trabalhadores (UGT), se uniram das 10 até as 16 horas em defesa da estatal e contra a CPI criada no Senado para investigar supostas irregularidades na empresa e na Agência Nacional do Petróleo (ANP). De acordo com os organizadores, eram esperadas 3 mil pessoas para o ato.

A manifestação de ontem faz parte de uma série de protestos programados para junho por entidades como a CUT, a UGT, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) e a União Nacional dos Estudantes (UNE). Nomeada de "O Petróleo tem que ser nosso!", a agenda de protestos visa pressionar o governo federal por mudanças em artigos da Lei do Petróleo. Os protestos defendem que a Petrobras volte ao controle total do Estado e a revogação de artigo da lei que marca o fim do monopólio estatal sobre a produção e refino de petróleo.

Na Avenida Paulista, dois carros de som tomaram a calçada em frente à sede da empresa e não causaram transtornos ao trânsito de veículos. Quatro policiais militares e dois fiscais da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) monitoraram o trânsito no local. Cinco grandes balões de ar com os símbolos da CUT e do Sindicato dos Trabalhadores Energéticos do Estado de São Paulo (Sinergia) foram colocados junto ao prédio da Petrobras.

CPI

O principal alvo dos manifestantes foi a CPI do Senado que vai investigar irregularidades na estatal. "A CPI é um instrumento político para prejudicar a Petrobras e criar problemas para a empresa", afirmou Antonio Carlos Spis, integrante da executiva nacional da CUT.

"O que a gente percebe é que essa CPI é mais um ataque ao patrimônio público. No fundo, a oposição está preocupada com as eleições de 2010", criticou o deputado estadual Marcos Martins (PT).

O deputado estadual Adriano Diogo (PT) também criticou a oposição. "É uma estratégia eleitoral para 2010. É papel do TCU (Tribunal de Contas da União) e de outras instituições investigar a empresa. Uma CPI é desnecessária."

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