Em entrevista à BandNews FM nesta quinta-feira, o brigadeiro José Carlos Pereira, presidente da Infraero, afirmou que o Brasil não tem um plano aeroviário nacional e disse que a responsabilidade pelo tráfego aéreo é da Aeronáutica. Segundo ele, a crise atual deverá ser resolvida apenas nesta sexta-feira, por volta das 15h.
- Fomos surpreendidos com a questão antes de ontem (terça-feira, 19) com a pane no monitor de radar da Aeronáutica e depois novamente surpreendidos com a questão das frequências. A situação realmente neste momento é grave nos aeroportos. Já esteve pior, mas ainda é grave. Estamos, no nível da Infraero, trabalhando 24 horas por dia para tentar minimizar o resultado final desta confusão toda no nivel dos aeroportos.
O brigadeiro também afirmou que não "dorme tranqüilo" há nove meses e que a Infraero vem lidando com situações caóticas:
- Estamos enfrentando uma situação séria nos aeroportos, tentando minimizar o máximo (os problemas). Antes de ontem, tivemos que interditar uma pista de táxi em Guarulhos para poder estacionar um avião, uma vez que estava esgotada a capacidade do aeroporto - contou.
Para o brigadeiro, o problema principal no momento é a falta de controladores de vôo, as esta ausência poderia ser amenizada com a diminuição da intensidade de vôos em horarios de pico.
Ele também criticou a falta de um planejamento aeroviário nacional:
- É uma falta de planejamento que se prolongou ao longo do tempo e que agora estamos sentindo na pele. Eu tenho 32 planos diretores prontos, a Aeronáutica tem planos enormes e muito bons, a Anac tem planos maravilhosos, mas os três planos não são coordenados entre si por falta de um plano aeroviário nacional.
O brigadeiro negou que exista uma briga com a Aeronáutica, mas frisou que existe um "consenso de que todos problemas terminam caindo em cima dos aeroportos e da Infraero".
- Nosso pessoal está bastante esgotado. O aeroporto de Congonhas, por exemplo, fecha à meia-noite. Num momento de crise desses, a ANAC determina que se prolonge em mais uma ou duas horas de vôo. (...) Isso é cansativo, é mortal, afeta a auto-estima das pessoas - disse, sobre a insatisfação dos funcionários do órgão.
Sobre rumores de sua demissão, negados pelo Planalto, o brigadeiro afirmou não ter apego ao cargo e disse que uma eventual demissão poderia, inclusive, ser um alívio:
- Não tenho problema nenhum em sair daqui e, aliás, seria até um alívio na minha cabeça. Mas, também, abandonar uma guerra e aumentar a crise não é uma boa medida como gestor público. Com 47 anos trabalhando em aviação, não me sentiria bem em abandonar o cargo. Mas também não tenho apego, não.
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