O brigadeiro José Carlos Pereira, presidente da Infraero, admitiu que o Aeroporto de Congonhas está sobrecarregado. "Tem utilização excessiva", disse Pereira em entrevista a jornalistas na manhã desta quinta-feira (19) no saguão do aeroporto.
O presidente da Infraero afirmou, no entanto, que acredita que a solução para o problema não pode ser "fundamentalista", referindo-se ao pedido do Ministério Público Federal, que entrou com uma ação pelo fechamento do aeroporto.
"Entendo perfeitamente a postura do Ministério Público, mas não se pode ser fundamentalista nessa hora. Onde vai se colocar de uma hora pra outra 20 milhões de passageiros? Não se pode ser radical nem liberar geral, tem que se chegar a um meio termo".
Pereira disse que a caixa-preta da aeronave deve seguir na próxima segunda-feira (23) para os Estados Unidos.
Para ele, a análise que será feita pelo National Transportation Safety Board poderá dar respostas mais claras sobre o que aconteceu na tarde de terça (17) quando, após pousar, um Airbus da TAM que vinha de Porto Alegre se chocou com um prédio da própria empresa, localizado do outro lado da avenida Washington Luís, na Zona Sul de São Paulo.
Identificação
Dos 11 corpos de vítimas do acidente com o avião da TAM que foram identificados, nove tinham sido liberados do Instituto Médico Legal (IML) até o início da manhã desta quinta.
O trabalho de identificação pelo IML é lento, devido ao estado das digitais das vítimas. Como elas foram ressecadas pelo fogo, precisam ser reidratadas pela equipe do instituto.
O IML ainda não fez nenhum exame de DNA, pois têm dado preferência às vítimas que permitem uma identificação mais rápida. "A complexidade dos exames está sendo de média a grande. A prioridade é de identificação das digitais", afirmou o legista André Morrone, assistente do diretor da Polícia Técnico-Científica, Celso Periolli. Escombros
O Corpo de Bombeiros retirou dos escombros do desastre, até as 22h30 de quarta-feira (18), 180 corpos. Somadas às três pessoas cujas mortes foram constatadas em hospitais, o total de mortos chega a 183.
Apesar de não haver certeza em relação ao número total de vítimas, as equipes trabalham com a estimativa de que ao menos 20 corpos ainda estejam sob os escombros. O número inclui passageiros e funcionários da TAM Express.
De acordo com o capitão Nilton Miranda, comandante da operação dos bombeiros no local, o trabalho é considerado delicado por causa da possibilidade de desabamento do prédio e do risco de novos focos de incêndio. "Mudamos a estratégia porque precisamos entrar com as máquinas para retirar os escombros. Os corpos estão em local inseguro devido ao risco de colapso das estrutura", disse comandante.
Oitenta e quatro bombeiros trabalham no resgate dos corpos de vítimas. Para evitar mais riscos para vizinhos e equipes de resgate, foram esvaziados cinco tanques do posto. Dois deles têm capacidade para abrigar 30 mil litros cada. Outros três, 15 mil litros.
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