O presidente da Infraero, brigadeiro José Carlos Pereira, minimizou a declaração dada por ele mesmo à CPI do Apagão Aéreo da Câmara nesta terça-feira (12) de que há risco de "apagão" no transporte de cargas nos próximos anos.
Em entrevista aos jornalistas após o depoimento, Pereira admitiu essa possibilidade, mas afirmou que as medidas tomadas pelo governo vão impedir que isso aconteça. "Apagão de carga não vai haver", disse.
Segundo Pereira, o transporte aéreo de cargas no país está com 80% de sua utilização saturada. Com um crescimento de 6% ao ano, de acordo com ele, haveria um risco de um caos no setor em três anos.
O brigadeiro, porém, disse que medidas que estão sendo tomadas pelo governo aumentarão em 20% essa capacidade a partir de dezembro, o que dará mais seis anos de segurança.
O presidente da Infraero afirmou ainda que três medidas a serem adotadas em 2008, referentes a Porto Alegre e Curitiba, evitarão um colapso até 2015.
O brigadeiro lamentou também os problemas enfrentados por aeroportos brasileiros por conta de nevoeiros nos últimos dias. "Chega a um ponto que não resolve", afirmou. "Mas o nevoeiro vai passar", disse.
Falta de aviões
Pereira afirmou que o sistema áereo brasileiro sofre com a falta de aviões no país. Segundo ele, há um saldo negativo de, pelo menos, 80 boeings no Brasil, em decorrência das recentes crises na Vasp e na Varig.
Além disso, afirmou, é preciso aumentar o número de terminais no país. "A necessidade maior é atender o fluxo de passageiros e de carga", ressaltou.
O presidente da Infraero ainda criticou a postura dos controladores de vôo de paralisar o sistema aéreo por conta de reivindicação salarial.
"Não é colocando um povo em xeque, com hantagem ou sabotagem, que se consegue aumento salarial", disse. Ele ainda afirmou ser contra a desmilitarização do setor.
Segundo o brigadeiro, a empresa vem investigando todas as denúncias de irregularidades internas, além de cumprir as determinações do Tribunal de Contas da União (TCU).
"Tudo o que o TCU determina, a Infraero cumpre", afirmou, referindo-se à paralisação de obras em aeroportos.
De acordo com Pereira, o principal problema nas auditorias feitas pelo TCU está nos preços das obras dos aeroportos do país. Para o presidente da Infraero, as exigências de preços baixos feitas pelo TCU são incompatíveis com o custo das obras. "Aeroporto não é casa popular, pista de pouso não é rodovia", disse.
O presidente da Infraero informou que a empresa negocia com a Caixa Econômica Federal uma tabela de preços "consensual" para evitar a paralisação de obras.
Pereira disse ainda que a Infraero abre sindicância interna para qualquer denúncia de irregularidade interna.
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