Presidente da Petros reage às declarações de Delcídio

O presidente do Instituto Cultural de Seguridade Social (ICSS), Wagner Pinheiro, reagiu nesta segunda-feira, às declarações do presidente da CPI dos Correios, Delcídio Amaral (PT-MS), que, em entrevista ao jornal O Globo, afirmou que operações de fundos de pensão com corretoras dentro da legalidade não são uma constante dentro do mercado.

Pinheiro, que também preside a Petros, o fundo de pensão da Petrobras e uma das entidades investigadas pela comissão, argumentou que estava saindo em defesa das fundações e que por isso falava em nome do ICSS, órgão ligado Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Abrapp).

- Me causou estranheza. Fiquei assustado com a generalização feita pelo senador - afirmou Pinheiro.

- Os fundos e corretoras operam dentro da legalidade. Concordo que existem problemas. Tanto que eles têm sido autuados pela autoridade que fiscaliza, a Secretaria de Previdência Complementar (SPC). Mas quererem transformar esses casos num pretenso esquema de corrupção. Achamos que isso é equivocado e precipitado - completou.

Segundo ele, neste ano, a SPC já produziu pelo menos 20 autos de infração para coibir irregularidades praticadas por fundações. Domingo, o presidente da Petros enviou uma correspondência à CPI pedindo que fossem evitados os vazamentos de informações.

- Pedimos que os sigilos sejam preservados e que os vazamentos de informação sejam apurados e punidos os culpados - diz Pinheiro.

A direção da Abrapp, segundo ele, tenta ainda marcar uma audiência com os presidentes da CPI dos Correios, do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP).

O objetivo do encontro seria apresentar aos parlamentares as críticas dos fundos as investigações que vem sendo feitas em 14 das entidades. Os fundos se queixam do vazamento de informações e da falta de direito de defesa das instituições.

- Não somos contra a investigação, mas queremos que elas sejam feitas dentro das prerrogativas legais, dando direito de defesa e sem que sejam divulgadas conclusões precipitadas - afirmou Pinheiro.