Brasília - Na tentativa de resolver as pendências entre o PT e o PMDB nas candidaturas estaduais e promover uma aliança com os peemedebistas para eleger a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, o presidente Lula sugeriu que os peemedebistas Jader Barbalho (PA) e Geddel Vieira Lima (BA), ministro da Integração Nacional, abram mão de disputar os governos com os petistas Ana Júlia Carepa (PA) e Jaques Wagner (BA), que tentarão a reeleição. Pelo acordo, os dois peemedebistas concorreriam ao Senado. Pará e Bahia estão na lista dos estados problemáticos para a aliança. Jader e Geddel insistem em disputar o governo dos estados em 2010.
A proposta de Lula foi feita em reunião com dirigentes do PT e do PMDB, segundo um dos participantes do encontro. Lula se encontrou com o presidente licenciado do PMDB e presidente da Câmara, Michel Temer (SP), durante almoço em São Paulo, e depois, em reunião ampliada, discutiu a aliança com os presidentes dos dois partidos, Temer e Ricardo Berzoini (PT), junto com os líderes na Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) e Cândido Vaccarezza (PT-SP).
Na sugestão de Lula, segundo um participante da reunião, em Minas Gerais, no Rio de Janeiro e no Mato Grosso do Sul o PT deveria abrir mão de disputar o governo, apoiando os candidatos do PMDB. Os petistas comporiam a chapa disputando o Senado. Para isso, em Minas os petistas Patrus Ananias e Fernando Pimentel teriam de apoiar o ministro das Comunicações, Hélio Costa (PMDB). No Rio de Janeiro, o candidato à reeleição Sérgio Cabral seria o candidato da aliança ao governo, com a saída da disputa do prefeito de Nova Iguaçu, Lindberg Farias (PT). Em Mato Grosso do Sul, o atual governador, André Puccinelli (PMDB), teria o apoio do PT e do senador Delcídio Amaral (PT), que não concorreria ao cargo.
Lula decidiu entrar em campo pessoalmente para tentar um acordo. Em breve, ele chamará Geddel e Jader para uma conversa. Segundo um participante da reunião, isso não significará uma imposição de Lula, mas uma busca de solução para os dois partidos.
Coube ao líder do PMDB, Henrique Eduardo Alves, mostrar o mapa com a situação em cada estado. Apesar dessas pendências, segundo participantes da reunião, o levantamento mostra um quadro majoritariamente favorável ao apoio peemedebista ao governo e à aliança.