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Brasília (Folhapress) – Em cadeia de rádio e tevê, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem que não admitirá "qualquer contemporização, qualquer acordo subalterno" para evitar punições aos políticos envolvidos em casos de corrupção. Mas ressalvou que "é preciso separar o joio do trigo".

"O que não podemos, de modo algum, é permitir que essa crise política seja manipulada por interesses menores e se alastre artificialmente, contaminando de modo abusivo e desnecessário a vida nacional", pregou Lula, no pronunciamento elaborado para o Sete de Setembro.

O tom do pronunciamento, o primeiro do presidente sem a orientação do publicitário Duda Mendonça e o oitavo desde que assumiu a Presidência, foi contido e genérico. Frases fortes foram evitadas, e nenhum nome foi citado. A temática foi dividida entre os bons resultados da economia e a crise política – sem menções às responsabilidades do PT nem de seu governo.

"É preciso separar o joio do trigo para que possamos punir quem deve ser punido, inocentar quem deve ser inocentado, corrigir o que deve ser corrigido – e seguir em frente, construindo um país mais transparente, com nossa democracia fortalecida", disse.

E mandou recados aos "mal intencionados": "Faço questão de tranquilizar as pessoas de bem e advertir aos mal intencionados que as turbulências políticas não vão tirar o governo de seu rumo."

Intencionalmente ou não, a tese da separação do joio e do trigo combina com a estratégia de petistas e aliados acusados de corrupção, baseada na defesa de penas diferenciadas conforme a gravidade das irregularidades.

Lula, que evitou ataques diretos à oposição, repisou, com outras palavras, o discurso da "herança maldita" ao discorrer sobre os resultados econômicos.

"Todos sabem que, quando eu assumi a Presidência, o Brasil estava mergulhado em uma profunda crise econômica e social. O quadro era assustador: a economia estagnada, o desemprego crescendo, a inflação disparando e a crise social prestes a explodir."

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