O corregedor nacional da Justiça, ministro Antônio de Pádua Ribeiro, que comanda uma inspeção do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), no Tribunal de Justiça da Bahia, admitiu nesta terça-feira que a morosidade do Poder Judiciário atingiu níveis insustentáveis no Brasil.
A comissão do CNJ esteve na sede do Ministério Público estadual onde se reuniu com o procurador-geral Lindivaldo Brito e outros integrantes do MP. A lentidão na tramitação dos processos judiciais foi um dos principais assuntos discutidos.
De acordo com a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), seccional baiana, no estado esse problema é ainda mais grave, por estar relacionado sobretudo à carência de pessoal. Segundo presidente da OAB, Dinailton Oliveira, seriam necessários pelo menos mais 300 juizes para amenizar a situação na Bahia.
- O que acontece é que o mundo mudou e a Justiça não tem acompanhado essas mudanças na mesma velocidade da era tecnológica. Esse é um problema mundial, mas no Brasil chegou a níveis insustentáveis, o que está atrapalhando, inclusive, o desenvolvimento do próprio país - disse Pádua Ribeiro.
Nesta tarde, a comissão será recebida por parlamentares na Assembléia Legislativa. Em seguida terá um encontro com o governador Paulo Souto. A fiscalização no Judiciário baiano foi solicitada pela OAB. Esta é a primeira vez, desde a sua criação como órgão de controle externo do Judiciário, que o Conselho inspeciona um tribunal regional.
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