O presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Valdir Moysés Simão, disse nesta quarta-feira que a greve dos funcionários é injustificada e pode prejudicar a negociação de parte do acordo estabelecido na greve de 2005. Nesta terça-feira, os servidores decidiram fazer uma paralisação de 72 horas, sob a alegação de que o governo federal não está cumprindo o acordo assumido no ano passado após uma mobilização de 72 dias. Em entrevista às emissoras da Rede Nacional de rádio, Simão garantiu que o acordo está sendo rigorosamente cumprido .

CARREGANDO :)

- Nós entendemos que o movimento não está respaldado pelo acordo de greve. Entendemos que houve um rompimento, sim, por parte do movimento, o que pode prejudicar o andamento das negociações - rebateu.

Segundo Simão, desde janeiro os servidores estão recebendo o reajuste previsto no acordo assinado em 27 de setembro de 2005. O aumento foi concedido, de acordo com o presidente do INSS, por medida provisória editada no ano passado e já convertida em lei.

Publicidade

De acordo com Simão, no primeiro dia de greve, a adesão foi maior principalmente no Sul do país e em São Paulo, onde cerca de metade dos servidores aderiram ao movimento. No Nordeste, a cidade de Recife teve a maior participação, com praticamente todas as agências fechadas. No Rio de Janeiro e em Minas Gerais, a paralisação foi pequena.

- De uma forma geral, nossas unidades estão atendendo as perícias médicas agendadas porque os peritos não estão em greve e os servidores estão viabilizando esse atendimento - disse Simão, segundo quem a tendência é que a paralisação seja menor a partir desta quarta-feira e que até o final da semana as atividades sejam normalizadas.

Na terça-feira, o ministro da Previdência, Nelson Machado, criticou os servidores grevistas e garantiu que cortararia o ponto de quem faltasse ao serviço . Segundo ele, o governo está rigorosamente em dia com o que prometera à categoria no ano passado, tanto no que diz respeito ao pagamento do reajuste salarial, a partir deste ano, quanto à elaboração de um plano de carreira, que está em andamento.

A categoria alega que o governo não cumpriu o acordo que prevê o pagamento da primeira parcela de 3,20%, no mês de março, equivalente à reposição de 47,11% que deverá ser totalmente paga em cinco anos. Os servidores também reivindicam um plano de cargo e salários, melhores condições de trabalho e de atendimento à população.

Se as reivindicações não forem atendidas, o diretor da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Seguridade Social, Pedro Luís Totti, não descarta a possibilidade de mobilização por tempo indeterminado.

Publicidade

Por meio do telefone 0800-780191, é possível saber quais postos estão fechados ou atendendo parcialmente.

Veja também
  • Servidores do INSS fazem paralisação de 72 horas