O presidente nacional do PMDB, senador Waldir Raupp (RO), classificou como "paranoia política" a denúncia veiculada pela revista Época esta semana em que um ex-diretor da BR Distribuidora acusa a existência de um esquema de corrupção na Petrobras para beneficiar parlamentares do partido. Segundo a matéria, o ex-diretor João Augusto Henriques diz que 70% dos recursos desviados no esquema foram destinados a membros do PMDB em Minas Gerais e ao partido nas últimas campanhas eleitorais. Para Raupp, tanto a denúncia quanto a repercussão dela no Congresso, onde a oposição apresentou requerimento para ouvir Henriques e insiste na criação de uma CPI da Petrobras, têm a ver com uma guerra política voltada para as eleições do ano que vem .
"O que está havendo é uma guerra política, uma paranoia. O Brasil vive um denuncismo político e com fins eleitorais muito fortes. Isso não é bom", disse o presidente do PMDB.
Raupp garantiu que o partido está com as contas das campanhas eleitorais de 2010 e 2012 abertas no Tribunal Superior Eleitoral e que todas as doações recebidas foram declaradas ao tribunal. "Todo recurso que o PMDB recebe nas campanhas está devidamente registrado no TSE e prestado contas. Em 2010 eu estava na direção do PMDB e não conheço também esse cidadão, então não poderia acrescentar muita coisa [sobre João Augusto Henriques]", disse Raupp.
O presidente do PMDB defendeu ainda o fim da reeleição na reforma política como forma de inibir as guerras políticas que antecedem o período eleitoral. Na opinião dele, o instituto da reeleição deixa "todos muito nervosos, tanto governos estaduais, quanto o presidente da República" e, por isso, deve acabar.
Mais cedo o líder do PSDB, senador Aloysio Nunes Ferreira (SP), apresentou requerimento pedindo que João Augusto Henriques seja convidado pela Comissão de Meio Ambiente, Fiscalização e Controle para dar esclarecimentos sobre a reportagem.
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