| Foto: Sossella

O caminhoneiro Antônio Roberto Forte, presidente do Partido Social Liberal (PSL) no Paraná e ex-candidato ao governo estadual, está solicitando perto de R$ 380, em forma de doação, a cada um dos 1.900 filiados à legenda no estado. O número da conta bancária fornecida para o depósito é particular, dele próprio. A atitude pode configurar crime político.

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Segundo Antônio Forte, com as doações ele pretende reestruturar a sigla, pagar o aluguel da sede do partido e bancar a viagem de alguns correligionários à convenção nacional da legenda, que será no Rio de Janeiro, amanhã. Mas hoje, antes do encontro nacional do PSL, terá que dar explicações à direção partidária. "Depósitos de filiados ou quaisquer outros só podem ocorrer na conta do partido. Jamais em uma conta particular", disse o vice-presidente nacional da sigla, Gilvan Pontaleão.

Com essa atitude, de acordo com o advogado Guilherme Gonçalves, especialista em Direito Eleitoral, o presidente do PSL está cometendo crime político. "Os partidos políticos estão vinculados ao mesmo princípio de gestão dos municípios, estados e União e prestam contas à Justiça Eleitoral. Os partidos recebem recursos públicos e suas condições se distinguem das de seus dirigentes." De acordo com Gonçalves, a atitude de Antônio Forte pode ser comparada à de um prefeito que solicita o pagamento de tributos para a sua conta particular.

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Punição

Mas Forte não está preocupado com possíveis punições legais. "Isso é coisa interna do partido e é para ajudar a legalizar a situação da legenda, que está, inclusive, sem sede por falta de verba."

Segundo o presidente do PSL no Paraná, nenhum filiado jamais contribuiu com o partido. Atualmente, a sigla possui quatro prefeitos, três vice-prefeitos e 79 vereadores no estado. "O depósito é para ser feito em uma conta particular minha sim. O partido não tem conta porque há dois ou três cheques sem fundo que ainda não foram cobertos. Temos, primeiro, que arrumar dinheiro para resgatar esses cheques e voltar a ter conta."

O político afirmou ainda que, caso haja qualquer contestação de algum filiado sobre a destinação do dinheiro, ele tem justificativas. "E quem achar que isso não é legal, que vá para outro partido." Ele afirmou não ter consultado advogados antes de adotar a medida. "Como os filiados acham que o partido vai pagar aluguel, secretária e contador? Nunca houve qualquer contribuição financeira. Mas agora é preciso."