O presidente nacional do PT, Rui Falcão, afirmou no ato de 1º de Maio realizado pelas centrais sindicais e movimentos populares contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff que o PT não vai conversar com Michel Temer. A presidente Dilma Rousseff chegou por volta de 13h40 ao Annhangabaú, no centro de São Paulo, durante o discurso do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad. Foi tocado o Hino Nacional.
Atos contra e a favor do impeachment acontecem em 13 estados e no Distrito Federal, a maioria é pró-Dilma. Em São Paulo, a central Conlutas pede novas eleições. Em Brasília, manifestantes levaram cartazes com a palavra “golpe” em vários idiomas.
“Eu não converso com golpista, eu não converso com quem trai sua própria colega de chapa. Nós vamos lutar pela democracia”, disse Falcão.
Haddad afirmou que a data marca a unidade da classe trabalhadora para impedir retrocesso dos direitos sociais no Brasil. “Estamos chegando no momento mais importante desde 1964. A direita se rearticulou, mas subestima a luta do trabalhador e vai cometer esse erro de novo. Ninguém vai abrir mão da democracia”, afirmou.
Gilmar Mauro, um dos integrantes da direção do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MTST), afirmou que a entidade não vai dar trégua “a qualquer governo impostor” e que os movimentos sociais e de trabalhadores já são vitoriosos porque conseguiram construir uma unidade de esquerda. “Não vamos dar um dia sequer de trégua a qualquer governo impostor”, afirmou Mauro.
O dirigente do MST disse que é tarefa dos militantes, de todas as frentes e movimentos, continuar na batalha. “Vimos o cretinismo parlamentar brasileiro dando aula de hipocrisia e de problema crônico e histórico, que mistura o público e o privado”, afirmou Mauro, que classificou o Ministério Público de “mequetrefe do MP em defesa da iniciativa privada”.
Raimundo Bonfim, da Central de Movimentos Populares, afirmou que as entidades populares vão continuar resistindo ao impeachment. “Não vou falar de eventual governo Temer porque não haverá governo Temer. Vamos continuar resistindo nas ruas”, afirmou Bonfim, acrescentando que Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força Sindical, é “vendido” e vai ser escrachado nas ruas junto com Michel Temer e com Eduardo Cunha, a quem chamou de “maior ladrão do país”.
Guilherme Boulos, do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, afirmou que a celebração do Dia do Trabalhador acontece num momento muito grave, que “há um golpe em curso”, “uma tentativa arquitetada pela casa grande, que desde 500 anos querem mandar neste país”.
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