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Eduardo Cunha (PMDB-RJ) | Gustavo Lima/ Agência Camara
Eduardo Cunha (PMDB-RJ)| Foto: Gustavo Lima/ Agência Camara

O presidente do PT, Rui Falcão, disse ontem que o líder do PMDB na Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (RJ), precisa decidir se é "oposição ou situação". "Falando em nome do PT, digo que o nosso partido não pode receber ultimatos do deputado Eduardo Cunha", disse Rui Falcão. "Não vou entrar em xingamentos com ele, tenho divergências com ele, esse comportamento [de dar ultimatos], o deputado tem de resolver, não dá para ser governo e oposição ao mesmo tempo", disse. O petista acredita que irá "prevalecer a linha de diálogo e de apoio" ao governo. "O PMDB tem cinco ministérios, tem a vice-presidência, então o partido tem de esclarecer com o líder do PMDB se eles são oposição ou situação".

Em mais um episódio da troca de farpas com Falcão, Cunha usou novamente sua conta no microblog Twitter para dizer que está sendo agredido pelo petista. "Engraçado. Sou agredido pelo Rui Falcão, respondo, aí ele vem e diz que não aceita ultimato? Quem está dando ultimato? Ele quer se fazer de vítima", disse.

Diante do impasse, o presidente do PMDB, o senador Valdir Raupp (RO), disse que tentará "negociar até o limite" para acabar com a crise que começou no carnaval. "Todo casamento chega um ponto em que precisa discutir a relação. O que falta é ter um pouco mais de diálogo", afirmou Raupp. "Chantagem é um termo muito forte. Só pode ter partido de um desavisado que chegou atropelando com essa comparação. Em política existem pressões, tensões e conflitos. Mas colocar mais lenha na fogueira nesse momento não vai diminuir as chamas. Temos é que colocar muita água para diminuir a fervura."

Raupp não descarta antecipar a convenção nacional do PMDB para abril, quando seria rediscutida a aliança nacional da sigla com o PT. Várias alas peemedebistas defendem que a convenção ocorra em abril, e não em junho, diante da troca de farpas entre as duas legendas.

Já o líder do PT na Câ­­mara, Vicentinho (SP), afirmou que o partido aliado não pode se comportar como partido de oposição. O PMDB lidera um bloco formado por oito partidos, com 250 deputados, que tem encaminhado votações contra o interesse do governo. "Partido da base não pode ter duas caras, ser oposição e situação ao mesmo tempo", disse Vicentinho. "Ameaçar a aliança é tirar um ícone do PMDB, o Michel Temer, da vice?", questionou. O líder petista reclamou ainda que tem faltado negociação para evoluir na pauta da Casa, como no Marco Civil da Internet, ao qual Cunha faz oposição declarada.

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