O presidente estadual do PT, André Vargas, acusou ontem Soraia Garcia, ex-funcionária do setor financeiro da campanha do prefeito de Londrina Nedson Micheletti (PT), de ter denunciado um suposto caixa 2 no Ministério Público porque não conseguiu um emprego público. Durante discurso ontem na Assembléia Legislativa, o deputado afirmou que foi procurado há menos de um mês por Soraia, que pediu um emprego no setor de licitações da Sercomtel ou da prefeitura.

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A moça teria pedido um salário de R$ 4 mil. Vargas contou ter explicado que emprego público "não deve servir como paga eleitoral" e se comprometido a ajudá-la a conseguir trabalho na iniciativa privada. "Estava sendo vítima de uma chantagem e não percebi", disse.

O deputado disse ter ficado surpreso com as denúncias de despesas no valor de R$ 6 milhões que não teriam sido contabilizados na prestação de contas no TRE. O partido, segundo ele, declarou gastos de R$ 1,3 milhão e as acusações foram feitas sem provas nem evidências.

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O deputado também rebateu as acusações de que o suposto dinheiro para a campanha viria do PT nacional e seria trazido por ele e pelo ministro do Planejamento, deputado federal Paulo Bernardo. "Ela disse que bastava eu chegar em Londrina e o dinheiro do suposto esquema aparecia, mas não tem provas nem presenciou nenhum fato. Eu moro em Londrina e toda semana retorno para minha casa. Usar isso é uma ilação caluniosa", disse, ao anunciar que pretende entrar na Justiça com um processo de calúnia e difamação.

Para André Vargas, a denúncia é uma armação da oposição para tentar desestabilizar a administração do PT. Segundo ele, o deputado federal de Londrina Luiz Carlos Hauly (PSDB) assumiu ontem que orientou Soraia a procurar o Ministério Público e tentou vincular o suposto caixa 2 de Londrina com a questão nacional. "Como não conseguiram documentos que comprovem supostas ligações dos paranaenses com a CPMI dos Correios buscaram outras alternativas", concluiu.

Ao defender uma apuração "profunda" das denúncias, o presidente do partido reafirmou que está à disposição da Justiça para quebra do seu sigilo bancário, fiscal e telefônico.

Na Assembléia Legislativa, os deputados que têm base eleitoral em Londrina foram cautelosos ao analisar o caso. "Temos que ter cuidado para o fato não descambar para a questão partidária que alguns estão querendo. A sociedade exige rigor na apuração, mas não podemos fazer pré-julgamentos num momento em que os políticos são presa fácil", disse o líder do PDT, Barbosa Neto.

Para a deputada Elza Correia (PMDB), o PT foi o partido que ganhou as eleições na cidade e "eles é que deverão apresentar suas defesas". Barbosa Neto e Elza Correia disputaram a última eleição municipal contra o prefeito Nedson Micheleti.

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