Procurado pela reportagem, Falcão disse que não mudou de opinião e esclareceu que defende apenas a admissibilidade do processo contra Cunha.| Foto: Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo

O presidente do PT, Rui Falcão, recomendou, na tarde deste terça-feira (1º), que os integrantes do partido votem a favor da continuidade do processo contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-SP), no Conselho de Ética da Casa.

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Por volta das 17h, quando o conselho deu início a votação do processo, Falcão escreveu no microblog twitter: “Confio em nosso deputados, no Conselho de Ética, votem pela admissibilidade”.

Reportagem da Folha de S.Paulo publicada nesta terça informou que Eduardo Cunha ameaçou deflagrar processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff caso o PT não ajude a salvar o mandato dele.

Por isso, os deputados petistas que integram o colegiado e que vinham sinalizando votar contra Cunha passaram a discutir a possibilidade de, “em nome da governabilidade”, rever a posição e votar para enterrar o processo de cassação.

Procurado pela reportagem, Falcão disse que não mudou de opinião e esclareceu que defende apenas a admissibilidade do processo contra Cunha.

“Durante o processo, Cunha terá todo o direito de defesa. A decisão [sobre seu afastamento] caberá ao STF. O tratamento que eu exijo para os outros [os petistas] tem que ser aplicado a ele [Cunha] também”, afirmou.

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MOEDA DE TROCA

A ameaça de Cunha de dar seguimento ao impeachment foi feita em almoço com o vice-presidente, Michel Temer, quando, segundo a reportagem apurou, ele disse que iria esperar o comportamento dos três deputados petistas no Conselho de Ética para só então decidir se dará seguimento aos processos de impeachment.

Segundo interlocutores de Cunha, ele não descarta a possibilidade de acatar um pedido de impedimento da presidente se os petistas votarem contra ele.

Temer, por sua vez, afirmou que “evitou a história de impeachment” no almoço. Cunha também nega ter discutido o tema. Até as 17h, os parlamentares do PT ainda não votaram no Conselho de Ética.