O ministro Antonio Patriota (Relações Exteriores) respondeu a crítica nesta terça-fira (30) feita pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, ao Itamaraty. Em entrevista ao jornal "O Globo" publicada na segunda (29), o ministro afirmou que "o Itamaraty é uma das instituições mais discriminatórias do Brasil"" --Barbosa fez concurso para a carreira diplomática, mas não foi aprovado.
"Passei nas provas escritas, fui eliminado numa entrevista, algo que existia para eliminar indesejados. Sim, fui discriminado, mas me prestaram um favor. Todos os diplomatas gostariam de estar na posição que eu estou", disse.Questionado sobre o assunto, o chanceler afirmou que as declarações fazem menção a um outro tempo e citou políticas afirmativas adotadas pela pasta.
"Eu creio que ele se refere, sobretudo, a uma outra era no Itamaraty, em que poderão ter ocorrido situações de discriminação. Hoje em dia o que existe é, pelo contrário, um esforço de corrigir esse legado da discriminação no Brasil, com ações afirmativas", disse, citando bolsas de estudo concedidas, desde 2002, a afrodescendentes que queiram ingressar na carreira diplomática.
"Tudo isso vai no sentido da democratização que nós queremos ver aqui no Itamaraty. (...) São desenvolvimentos que precisam ser reconhecidos e valorizados e que apontam na direção inversa daquilo que poderá já ter sido uma prática em décadas anteriores", afirmou Patriota.