Desembargador Clayton Camargo retomou suas atividades no Tribunal de Justiça do Paraná.| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

Alvo de processos administrativos disciplinares no Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o desembargador Clayton Camago, ex-presidente do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR), participa nesta segunda-feira (16) da sessão do Órgão Especial do TJ depois de um afastamento de mais de dois anos.

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A presença de Clayton Camargo foi registrada pelo presidente do TJ, Paulo Roberto Vasconcelos, que conduziu a sessão. “Bons trabalhos no seu retorno, aqui e na 1.ª Câmara Criminal, com a graça de Deus”, disse Vasconcelos.

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Formada por 25 desembargadores, o Órgão Especial se reúne semanalmente para deliberar sobre questões administrativas do TJ e para julgamentos de processos.

Em junho deste ano, o CNJ permitiu o retorno de Clayton Camargo às atividades no TJ, mesmo antes do julgamento final dos casos do magistrado no órgão nacional. Entre os motivos que levaram Clayton Camargo a ficar na mira do CNJ é uma suposta evolução patrimonial incompatível com seus rendimentos, apurada em inquérito em trâmite sob sigilo no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Entenda o caso

Os principais fatos envolvendo o caso Clayton Camargo:

Fevereiro/2013

O desembargador Clayton Camargo assume a presidência do TJ-PR.

Abril/2013

A Gazeta do Povo revela investigação do CNJ sobre acusações de tráfico de influência e venda de sentenças contra Camargo.

Junho/2013

O jornal O Estado de S.Paulo revela que a Polícia Federal investiga o envolvimento de magistrados e servidores do Judiciário com uma máfia que manipula a administração de processos de falências no Paraná. Um dos nomes constantes do inquérito seria o de Camargo.

Julho/2013

CNJ abre investigação para apurar a suspeita de que Camargo tenha praticado tráfico de influência no processo de escolha do conselheiro do Tribunal de Contas do Paraná (TC) Fabio Camargo, que é filho de Clayton.

Agosto/2013

MP-PR determina o arquivamento da investigação contra Camargo que apurava suposto tráfico de influência e venda de sentenças.

Setembro/2013

Camargo pede aposentadoria e renuncia à presidência do TJ-PR. Pouco após a aceitação do pedido de aposentadoria, o CNJ suspendeu o processo a pedido do Ministério Público Federal.

Outubro/2013

Amparado por inquéritos que tramitam em sigilo no STJ, o CNJ decide afastar Clayton Camargo das funções de desembargador e abrir procedimento administrativo disciplinar contra ele. O órgão também apura suposta evolução patrimonial incompatível com as funções de magistrado.

Novembro/2014

CNJ arquiva investigação contra Clayton Camargo por suposto tráfico de influência na eleição de Fabio Camargo para o TC.

Junho/2015

Depois de diversos adiamentos, CNJ decide reconduzir Camargo ao cargo de desembargador do TJ-PR. Entretanto, o mérito da questão ainda não foi julgado .