O presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Marco Aurélio de Mello, defendeu a aprovação da emenda que propõe o fim da reeleição. A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou nesta quarta-feira a PEC que acaba com a reeleição para prefeitos, governadores e presidente da República. Se a medida for aprovada nas duas votações no plenário da Casa e na Câmara, valerá a partir das eleições de 2010. Marco Aurélio considera que a reeleição leva desequilíbrio à disputa e confusão entre os governantes que se candidatam.
- O próprio presidente atual de República, Luis Inácio Lula da Silva, diz que não sabe quando é candidato e quando é presidente da República e aí surgem os incidentes e as glosas que tem que ocorrer, considerada a utilização da máquina administrativa, o abuso do poder de autoridade e o abuso do poder econômico - disse o ministro.O candidato do PSDB a presidente da República, Geraldo Alckmin, disse nesta quarta-feira que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva está contribuindo para acabar com o instituto da reeleição
- O governo está contribuindo para acabar com a reeleição na medida em que começa a ficar claro que, em razão da reeleição, vale tudo - disse.
A reeleição foi instituída no país a partir de 1998. No ano anterior, a proposta de emenda à Constituição foi aprovada pelo Congresso em meio à denúncia de compra de votos pelo governo. O então presidente Fernando Henrique Cardoso foi um dos beneficiados e acabou reeleito ainda no primeiro turno. O próprio Alckmin também tirou proveito ao se reeleger em 2002.
O fim da reeleição interessa especialmente a outros dois tucanos: o governador de Minas Gerais, Aécio Neves, e o ex-prefeito de São Paulo José Serra, potenciais candidatos a presidente em 2010.