A Justiça deve decidir nesta quinta-feira se aceita os pedidos de habeas-corpus impetrados pelos advogados de Paulo Maluf e do filho dele, Flávio Maluf. A praxe é que este tipo de pedido seja julgado em 48 horas. Os dois estão presos desde sábado na sede da Polícia Federal. Os advogados José Roberto Leal e José Roberto Batocchio, que representam a família, chegaram à sede da PF e não conversaram com a imprensa. Hoje é dia de visita aos presos na Polícia Federal, e não há confirmação de quem irá visitar Maluf e o filho. Nesta quarta, o advogado afirmou que desaconselhou a presença de Silvia Maluf, mulher do ex-prefeito, por causa do assédio da imprensa.

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Mesmo preso, Maluf deu entrevista e criticou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e as 'quentinhas' que vem comendo na sede da PF em São Paulo, onde está desde sábado. Em entrevista concedida ao Jornal da Band e veiculada nesta quarta-feira, o ex-prefeito criticou a declaração do presidente da República de que ele e seu filho Flávio deveriam ter o mesmo tratamento que qualquer preso no Brasil. Lula disse ainda que o ex-prefeito não é o primeiro nem será o último a ser punido por corrupção no país.

- Se ele quisesse realmente prender os culpados, tem que começar por Brasília. Tenho certeza de que o número de presos dará a volta no quarteirão e a maioria do partido dele, do PT - disse Maluf, que também reclamou da comida servida a ele pela PF.

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- Aqui deveria ter um pouco mais de controle de qualidade no fornecedor das 'quentinhas' porque o que me serviram aqui eu não daria nem para um cachorro, se eu tivesse um em casa - afirmou Maluf. Ele disse ainda que não consumiu nenhuma das comidas levadas a ele por amigos e familiares.

- Toda vez que essa comida apareceu aqui não foi permitida a entrada - garantiu.

Maluf se entregou à PF no sábado quando se entregou após a juíza Silvia Maria Rocha ter decretado sua prisão por crimes de evasão fiscal, movimentação irregular de recursos no exterior e coação de testemunhas.

Paulo Maluf aproveitou a oportunidade também para fazer críticas à forma com que seu filho Flávio foi algemado em frente às câmeras de TV. Segundo o ex-prefeito, Flávio deu carona para três agentes da PF em seu helicóptero e tinha combinado de seguir à sede da PF sem algemas.

- Ele (Flávio) desceu lá no Morumbi, foi ao toalete e, quando voltou, antes de entrar no carro, algemaram ele como se fosse um réu perigoso. Alegaram ser procedimento normal, mas não acho que seja procedimento normal. E se for, tem que mudar esse procedimento - disse.

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- Meu filho disse que ia se entregar, veio com três agentes armados atrás dele no helicóptero e tinha quase 20 outros esperando ele lá embaixo. Não tinha porque algemar. Precisava da câmera escondida para algemá-lo? - questionou Maluf.

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