A polícia prendeu na manhã desta sexta-feira um suspeito de participar do assassinato do desembargador José Maria de Mello Porto , do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 1ª Região. É um traficante identificado apenas como Romarinho, detido pela Polícia Militar na Favela Vila dos Pinheiros, na Maré, com uma metralhadora.
Para o chefe de Polícia Civil, delegado Ricardo Hallack, a morte do desembargador pode ter sido mesmo um latrocínio e não uma execução. No relatório encaminhado ao chefe de Polícia Civil , delegado Ricardo Hallak, o delegado Fábio da Costa Ferreira, titular da 17ª DP (São Cristóvão), que apura o assassinato, informou que as investigações realizadas até agora apontam para a participação do chefe de tráfico de drogas da Favela Parque Alegria, no Caju. Mas a principal testemunha do caso não reconheceu a foto do traficante. Cerca de 50 policiais civis fazem nesta quinta uma operação na Parque Alegria.
Sete tiros na cabeça
Mello Porto foi assassinado com sete tiros, todos na cabeça , segundo o legista que examinou o corpo. O desembargador foi atacado quando passava pela Avenida Brasil, num carro Audi, perto da Favela Parque Alegria. O desembargador estava com um procurador federal aposentado no momento da ação dos bandidos. Identificado apenas como Teixeira Neto, o procurador escapou ileso ao ataque. Ele e Mello Porto, segundo relatou o sobrevivente, foram vítimas de tentativa de assalto. O presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Ronaldo Leal, pediu rigor na investigação . Mesmo apelo foi feito pelo presidente do TRT, Ivan Alves .
O corpo do desembargador está sendo velado na sede do TRT, na Avenida Presidente Antonio Carlos 259, Centro. O sepultamento será no cemitério São João Batista, em Botafogo, no fim da tarde.
O procurador aposentado contou aos policiais, ainda no local do crime, que era ele quem dirigia o Audi de cor prata, placa KZD-0140, de sua propriedade. Mello Porto estava no banco do carona. Segundo o relato, o carro foi fechado por outros dois veículos na altura do número 2.856 da Avenida Brasil, na pista da direita, sentido Zona Oeste, por volta das 19h. O desembargador e o procurador aposentado seguiam do TRT, no Centro, para a Barra da Tijuca, onde ambos moravam.Core faz operação na Favela Parque Alegria. Foto de Celso Meira, O Globo
Um dos carros que fecharam o Audi era bem velho, segundo o procurador. Oito bandidos teriam participado da ação. O procurador contou que três deles desceram e anunciaram o assalto. Armados com pistolas, fuzis e revólveres, ordenaram que as vítimas saíssem do Audi. Quando as duas vítimas saltaram do carro, os criminosos atiraram. Mello Porto teria descido do carro atirando com uma pistola Glock. A arma teria sido levada pelos bandidos. O procurador federal também estava armado, mas não fez uso dela. A polícia investiga se o carro de uma inspetora de polícia encontrada morta e carbonizada nesta sexta foi usado pelos bandidos que atacaram o desembargador Mello Porto.
- Somos amigos há mais de 40 anos. Ele era um homem bom, pai de família. Não foi execução, foi um assalto - disse o procurador a policiais militares do 22º BPM (Maré).
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