A polícia do Ceará prendeu cinco pessoas suspeitas de produzir e publicar fotos pornográficas de crianças e adolescentes. As imagens eram comercializadas na rede mundial de computadores. Entre os presos, estão um dentista, a mãe, a sogra e a assistente dele.
Até agora, 25 vítimas denunciaram o dentista à polícia. Na casa dele, a polícia encontrou material pornográfico que era usado durante as fotos. "Perguntaram se a gente queria fazer fotos de biquini", diz uma menina de 10 anos. "Ele queria que a gente abrisse a blusa, ficasse de costas, abaixasse o shorts."
Em depoimento, as meninas contaram que eram abordadas em uma lanchonete. "A gente estava indo comprar sanduíche e a assistente do dentista perguntou se a gente não queria tirar umas fotos", afirma uma garota.
Uma mulher levou a filha de 10 anos para a falsa agência, mas não acompanhou todas as sessões de fotos. "Eles chegavam e diziam que eram fotos normais, que eles estavam montando uma agência para comerciais", lembra. A delegada Ivana Timbó diz que a mãe deve ficar atenta se a agência não deixá-la acompanhar o trabalho.
Pedofilia na rede
Em Fortaleza, o caso começou a ser investigado depois das vítimas terem denunciado o dentista. Mas também é possível rastrear a origem de fotos e vídeos inclusive em páginas de relacionamento da internet que têm sido usadas para divulgação de pedofilia.
A Polícia Federal tem equipes especializadas nesse tipo de busca. No Brasil, 162 casos de pedofilia pela internet foram denunciados nos últimos quatro anos ao Disque-denúncia do Governo federal. Só neste ano, foram 50.
"Já temos condenações por conta da divulgação de material pedófilo pela rede. Um cidadão foi condenado recentemente a 61 anos de reclusão por conta de veiculação desse material", diz o perito criminal da PF Vinícius Garcia.
O advogado dos acusados diz que não pode adiantar nada sobre a defesa porque o processo corre em segredo de Justiça.
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