Preso no fim de semana acusado de mandar o filho mais velho, de 14 anos, espancar os cinco irmãos mais novos, o comerciante Francisco de Aquino, de 55 anos, foi linchado por colegas de cela minutos depois de chegar à Casa de Prisão Provisória (CCP), em Aparecida de Goiânia. Ele morreu na unidade de terapia intensiva (UTI) do Hospital de Urgências de Goiânia, onde estava internado desde segunda-feira. O comerciante foi autuado pelo crime de tortura, cometido contra cinco filhos, de 7, 9, 11, 12 e 13 anos, em Senador Canedo, a 18 quilômetros de Goiânia. A causa da agressão seriam R$ 35 que teriam sumido da carteira dele.
O superintendente de Segurança Prisional da Secretaria de Justiça de Goiás, coronel José Lino de Oliveira, disse que o comerciante foi atacado por outros seis detentos que estão na Casa de Prisão provisoriamente, enquanto o presídio da cidade é reformado. A Secretaria de Justiça abriu sindicância para apurar as circunstâncias da morte do preso. Segundo o superintendente, só o laudo do Instituto Médico Legal (IML) indicará se Aquino morreu em conseqüência dos ferimentos ou devido ao estado debilitado em que se encontrava devido a um problema renal crônico, que o levava a fazer sessões periódicas de hemodiálise.
- Ele já tinha problemas de saúde e não podemos afirmar que morreu em conseqüência das pancadas - afirmou o coronel.
O delegado José Lindenor Felizardo, que está apurando o caso, disse que, se ficar comprovado que a causa da morte foi mesmo a agressão, os presos serão indiciados por homicídio.
- Os responsáveis serão punidos. Não importa se a prisão tem seus códigos e suas leis para punir crimes que os próprios presos consideram imperdoáveis, a lei deve ser cumprida - disse.
Acusado de espancar as crianças, o irmão mais velho está recolhido no Centro de Internação Provisória, no 7º Batalhão da Polícia Militar, aguardando decisão judicial.
A mãe das crianças, Alaídes Pereira da Silva, de 39 anos, foi presa em flagrante acusada de conivência com a tortura. Conforme o delegado, ela está numa cela de isolamento na CPP, para evitar inconvenientes. A mãe disse que as crianças foram agredidas com um fio elétrico dobrado o que deixou marcas profundas nos braços, pernas, troncos e costas das crianças.
Os cinco menores estão sob os cuidados de uma família acolhedora, indicada pelo Conselho Tutelar da Criança e do Adolescente de Senador Canedo, sob vigilância da Polícia Civil.
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