Lideranças dos partidos que costuram uma aliança com o PDT não querem ficar esperando uma definição do senador Osmar Dias até junho, como o précandidato vem defendendo. Pretendem cobrar uma posição oficial sobre a candidatura ao governo do estado até o começo de março. Se não houver resposta, os dirigentes planejam "buscar outro caminho".
Dúvida O presidente estadual do PP, Dilceu Sperafico, diz que o partido tem "grande simpatia" pela candidatura de Osmar Dias. "Mas não temos certeza que ele é candidato e estamos conversando com os demais partidos", afirmou. Os deputados estaduais do PP Cida Borghetti e Duílio Genari estão dando suporte ao governo Requião, mas Sperafico afirma que a "vontade" era que Osmar fosse candidato.
Calma Os pedetistas acham que Osmar Dias está certo. Para o deputado Luiz Carlos Martins, o senador está sendo "muito cuidadoso porque não é aventureiro" e amarrando uma grande aliança. A verticalização, segundo ele, é um empecilho que deixou de existir, mas nem por isso é hora de sair por aí fazendo alianças espúrias. "O povo não aceita mais esse tipo de comportamento", diz.
Irmãos Atento aos movimentos dos partidos na sucessão estadual, o senador Alvaro Dias (PSDB) disse que não acredita que a verticalização seja o único fator que está pesando na definição do irmão. "O Osmar não vai decidir nada em função da verticalização, tem outras razões", afirmou. Alvaro assegurou que seu "desejo pessoal" é disputar a reeleição, mas admite que o quadro está indefinido e tudo pode acontecer.
Tentador O PMDB confia que o governador Roberto Requião será beneficiado com o fim da verticalização porque pode facilitar a sonhada aliança com o PSDB. O convite já foi formulado: "O PMDB não lança candidato a senador e apóia Hermas Brandão ou Alvaro Dias em troca do apoio ao Requião", sugere o vicepresidente estadual do partido, Nereu Moura. A vaga de vice de Requião também seria dos tucanos.
Chance A fórmula também é defendida pelo deputado estadual Alexandre Curi (PMDB), que considera grande a possibilidade de aliança com o PSDB porque uma ala tucana trabalha pela coligação. As conversas, no entanto, só devem avançar em fevereiro e o deputado não acredita em nada concreto nessa temporada de especulações. "Acordo na beira da praia enferruja, não tem validade" , afirma, emprestando as palavras do avô, o expresidente da Assembléia Legislativa, Anibal Khury.
Ajuda Indiferente à discussão sobre verticalização, o governador está fazendo uma maratona pelo interior do estado. Nas próximas três semanas vai visitar 20 municípios para assinar ordens de serviço ou entregar obras como escolas, asfalto e bibliotecas. "Nada disso está sendo feito com o intuito de fazer campanha, mas sem dúvida tem dado muita visibilidade para o governo", reconhece o chefe de gabinete, Vanderlei Iensen.
Reserva 1 Os futuros secretários de Estado que vão assumir no lugar dos candidatos a deputado já estão no aquecimento. O presidente do IAP, Raska Rodrigues, será o novo secretário do Meio-Ambiente e vai acumular a presidência do IAP. O atual secretário, Luiz Eduardo Cheida, vai ser candidato a deputado federal.
Reserva 2 No lugar do chefe de gabinete do governador, Vanderlei Iensen, que vai tentar a reeleição para deputado estadual, um dos nomes mais cotados é o de Mario Bacellar, filiado ao PMDB, nome de confiança do governador e que já trabalha no gabinete. Requião vem optando por "pratas da casa" na nova escalação da sua equipe para não quebrar o ritmo dos programas em andamento .
Vazio Alguns postos estratégicos no governo ainda são dúvida, como a direção do Detran, ocupada por Marcelo Almeida, pré-candidato a deputado federal, e a chefia da Casa Civil, cargo que vai ficar vago com a saída do deputado estadual Caíto Quintana, que vai disputar a reeleição.
Pinga-fogo
* A equipe da prefeitura de Curitiba começa a rachar apoio aos candidatos da Casa.
* Amigos do prefeito Beto Richa (PSDB) e secretários mais próximos estão em campanha para o superintendente da secretaria municipal de governo, Luiz Malucelli Neto, para deputado estadual.
* O presidente estadual do PMDB, deputado estadual Dobrandino da Silva, garante que as conversas com o PTB e o PP começam com mais "consistência e velocidade" após o carnaval.
* O PP, segundo maior partido do Paraná em filiados, com 11 mil, pende para a oposição, mas pode se render ao chamado do governo.
* O secretário de Desenvolvimento Urbano, Forte Netto, anuncia que estão assegurados recursos do Paranacidade para obras de infra-estrutura em Londrina e Maringá.
* O governo do estado acaba de dar aval para os financiamentos e cada prefeitura receberá R$ 15 milhões.