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João Paulo Cunha foi presidente da Câmara dos Deputados entre 2003 e 2005 | Henry Milleo/Gazeta do Povo
João Paulo Cunha foi presidente da Câmara dos Deputados entre 2003 e 2005| Foto: Henry Milleo/Gazeta do Povo

Repercussão

PT da Câmara divulga nota de apoio

Em nota divulgada ontem, o líder da bancada do PT na Câmara, Vicentinho (SP), manifestou apoio à renúncia ao mandato parlamentar do petista João Paulo Cunha (SP). O partido reitera a convicção da inocência do petista preso desde terça-feira no Complexo Penitenciário da Papuda. "A bancada do Partido dos Trabalhadores manifesta seu profundo respeito e solidariedade à decisão e reafirma a certeza da inocência do companheiro", diz o texto assinado por Vicentinho. A mensagem enfatiza também os "erros e omissões" do processo que culminou com a condenação do petista. "Reiteramos ainda que João Paulo terá o nosso apoio em todas as iniciativas que vier a tomar para demonstrar os equívocos, erros e omissões que permearam seu julgamento no âmbito da Ação Penal 470", finaliza.

Agência Estado

Preso em Brasília por seu envolvimento com o esquema do mensalão, o ­­ex-presidente da Câmara dos Deputados João Paulo Cunha (PT-SP) renunciou ontem ao mandato parlamentar, por meio de carta à direção da Casa. A carta foi entregue à noite à Secretaria-Geral da Câmara e distribuída depois pela liderança do PT. No texto com duas frases e uma citação literária, o petista diz que deixa a Câmara "com a consciência do dever cumprido".

Condenado a nove anos e quatro meses de prisão pelos crimes de corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro, João Paulo disse várias vezes nos últimos meses que não renunciaria e iria até o fim para manter o mandato.

Ele disse isso no ano passado em discurso no plenário da Câmara e repetiu em carta aberta divulgada após a expedição de sua ordem de prisão, no início da semana. "Estou preparado para o legítimo julgamento do plenário da Câmara dos Deputados. Onde provarei, novamente, que não pratiquei nenhuma irregularidade, sendo inocente em relação aos crimes dos que sou acusado."

Pressão

Ex-presidente da Câmara entre 2003 e 2005, João Paulo queria manter o mandato, mas era pressionado dentro do próprio PT a renunciar. Com a decisão, ele evita o desgaste político que um processo de cassação na Câmara criaria para ele e seus ex-colegas, que seriam obrigados a julgá-lo em plenário sem a proteção do voto secreto, abolido no ano passado.

Assim como João Paulo, todos os deputados condenados no processo do mensalão renunciaram ao mandato para evitar o processo de cassação. Antes dele, o petista José Genoíno, Valdemar Costa Neto (PR) e Pedro Henry (PP) tomaram a mesma medida.

Condenação

João Paulo foi condenado por ter recebido R$ 50 mil do mensalão, esquema que destinou milhões de reais a políticos que apoiaram os petistas no início do governo do ex-presidente Lula. O STF concluiu que João Paulo recebeu o dinheiro como propina para contratar uma agência de publicidade do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, o operador do esquema.

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