São Paulo - A primeira prévia da história do PSDB em um grande colégio eleitoral, realizada ontem em São Paulo, não apenas recolocou o ex-governador José Serra no cenário eleitoral, como candidato tucano à prefeitura da capital paulista (leia mais abaixo). A eleição interna também põe o partido diante de um tabu: numa legenda em que a consulta a filiados nunca foi comum, a experiência na maior cidade do país tende a reacender a pressão pelo uso das prévias para escolher o presidenciável em 2014.
A prévia tucana em São Paulo vem sendo acompanhada de perto pela direção nacional do PSDB. Ela é considerada a primeira grande eleição interna do partido embora esse modelo já tenha sido usado no Acre, em 2008, e em Embu das Artes (SP), na última semana, para definir o candidato a prefeito.
Nas duas últimas eleições presidenciais, o partido resistiu às prévias. Nas duas ocasiões, aliados de Serra trabalharam para evitar a disputa interna. Hoje, dois anos antes do pleito de 2014, há grupos defendendo a realização delas para a definição do próximo presidenciável.
Serra tem evitado falar sobre a repercussão que a prévia paulistana poderá ter no partido em 2014. "É uma experiência que vai ter de ser avaliada ainda", disse ele na semana passada ao ser questionado sobre o assunto. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, publicada na edição de ontem, afirmou que a democracia interna existe no PSDB com ou sem eleições internas dando a entender que ela não é necessária. "Um partido pode ter democracia interna com ou sem prévias. No PSDB, nunca ninguém deu um golpe de Estado ou baixou alguma autoridade suprema para dizer quem seria o candidato", disse Serra ao jornal.
O tucano promete, porém, que não irá disputar a Presidência se ganhar a eleição à prefeitura de São Paulo. Caso Serra se eleja prefeito em outubro, o senador mineiro Aécio Neves vira o principal nome do PSDB para a sucessão de Dilma Rousseff. Mas a lista de pretendentes e potenciais participantes de uma prévia presidencial já inclui outros nomes: os senadores Alvaro Dias (PR) e Aloysio Nunes Ferreira (SP) e o governador Marconi Perillo, de Goiás.