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 | Wenderson Araújo/Gazeta do Povo
| Foto: Wenderson Araújo/Gazeta do Povo

Um dos principais nomes da oposição ao governo Dilma Rousseff, o senador Alvaro Dias (PSDB-PR) esteve no epicentro de um embate interno de seu partido. Contrário à candidatura antecipada (o partido já se articula em torno do senador mineiro Aécio Neves) e a favor das prévias da legenda, o tucano disse que já recebeu convites para mudar de partido. Ele é um dos nomes mais lembrados entre os paranaenses e lidera as intenções de voto ao Senado no ano que vem.

É possível que o senhor e seu irmão, Osmar Dias, disputem a mesma cadeira no Senado?

Não há condições de uma disputa entre irmãos. Se houvesse duas vagas, as condições seriam diferentes. Como há uma vaga, seria uma disputa no mínimo constrangedora.

Como deve ser a escolha do candidato do PSDB à Presidência?

Anunciar a realização de primárias agora soa falso. Fica a impressão de uma encenação, porque houve uma inversão do processo. As primárias deveriam anteceder o nome do candidato. Primeiro, anunciou-se o nome, depois entregou-se o partido a ele, e agora anunciam-se primárias? Isso não convence as pessoas lúcidas.

Mas não é tarde para se lançar um candidato da oposição?

Eu acho cedo, esse foi o erro. Em 15 dias a aprovação da Dilma caiu de 60% para 30%. Um candidato lançado com antecedência sofre mais desgaste. E a população ainda não está interessada em 2014. Foi o que ocorreu com os candidatos lançados até agora. Quem empolgou? Quem é favorito hoje?

O senhor ainda pensa em se lançar à Presidência? Tem conversado com outros partidos?

Acho melhor aguardar as manifestações do dia Sete de Setembro para calcular o quadro. Conversar com outros partidos, sim. Convidado, sim. Mas da minha parte não há prazer em mudar.

A oposição deveria ter explorado melhor os protestos?

O país queria ter uma oposição mais volumosa e eficiente, mas isso é consequência desse sistema que conjuga governabilidade com promiscuidade. O sistema do balcão de negócios, do aparelhamento do Estado, do loteamento dos cargos. Isso reduziu a oposição à insignificância numérica.

Colaborou Yuri Al’Hanati

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