A primeira-dama de Limeira (SP), Constância Berbert Dutra Silva, foi presa nesta quinta-feira (24) em sua casa no município do interior paulista, durante operação realizada pelo Ministério Público do Estado de São Paulo. Outros 11 mandados de prisão foram cumpridos. Foram detidos os filhos de Constância e do prefeito Silvio Félix (PDT) Maurício e Murilo Félix, e duas irmãs da primeira-dama, Lucimar Berbert Dutra e Verônica Dutra Amador, além de um assessor e um contador do prefeito, funcionários, empresários e pessoas apontadas como "laranjas" de suposto esquema de corrupção desbaratado pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco).
Os envolvidos são suspeitos de crimes de formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, sonegação fiscal, falsidade ideológica e furto qualificado. O Gaeco investiga a compra de imóveis em nome de "laranjas" e o uso de empresas de fachada para lavar dinheiro. O valor do patrimônio chega, segundo os promotores, a R$ 21 milhões. O Ministério Público investiga se há dinheiro público envolvido na aquisição desses bens.
Os mandados expedidos pela 2ª Vara Criminal de Limeira determinam prisão temporária de cinco dias. Segundo informações da Delegacia Seccional de Limeira, os homens ficarão temporariamente na delegacia e as mulheres permaneceriam na unidade anexa à Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Limeira.
Para o prefeito Silvio Félix, as prisões eram desnecessárias. "São pessoas que têm residência fixa, trabalho e estão prontas para dar os esclarecimentos que a Justiça quiser", disse o pedetista. Félix afirmou não ter dúvidas da inocência de sua família e de que as denúncias sobre sua mulher, filhos, cunhadas assessor, contador, entre outros, serão esclarecidas. O prefeito disse que não há irregularidades em seus bens, nem envolvimento de bens ou dinheiro público no caso.
A primeira-dama já havia ocupado a presidência do Fundo Social de Solidariedade em Limeira. Deixou o cargo para candidatar-se a deputada estadual no ano passado. Não foi eleita, mas ganhou o cargo de chefe de gabinete da 4ª vice-presidência da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), à frente da qual está o deputado Rafael Silva (PDT). Assim que soube das prisões, o deputado encaminhou o pedido de exoneração da funcionária.
Segundo informou o deputado, por meio de assessoria, esse foi o segundo pedido de exoneração de Constância. O primeiro havia sido feito em maio, porque Silva "não estava feliz com a nomeação". De acordo com informações divulgadas pelo gabinete do deputado, foi o partido que pediu a renomeação da mulher do prefeito de Limeira. Silva disse, por meio de assessoria, não ter detectado nenhum indício de participação de Constância em esquema criminoso.
O deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), presidente do PDT em São Paulo, estava em Natal quando recebeu a notícia das prisões em Limeira. "Estou sabendo pela imprensa, não conheço o problema não sei nada do processo e coloquei meus advogados para tomarem conhecimento. A princípio o Silvio (prefeito) tem todo o apoio da gente", afirmou o pedetista. Paulinho da Força disse que nunca recebeu informações sobre o suposto esquema de corrupção em Limeira. "Foi uma surpresa. Vamos ver com calma o que houve e depois que tivermos informações mais concretas nos pronunciaremos".
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