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Depois de visitar o governador afastado do Distrito Federal, José Roberto Arruda (sem partido, ex-DEM), nesta terça-feira (9), a primeira-dama, Flávia Arruda, falou pela primeira vez sobre a situação do marido.

Bastante emocionada, Flávia parou o carro para conversar com os jornalistas no portão de entrada da Superintendência da Polícia Federal, onde Arruda está preso desde o dia 11 de fevereiro, por suspeita de tentar subornar uma testemunha do inquérito do mensalão do DEM de Brasília, que tramita no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Sem gravar entrevista, a primeira-dama afirmou que a situação de Arruda se complica a cada dia e que o estado de saúde do governador é cada vez mais preocupante. Flávia disse aos jornalistas que Arruda não está suportando a prisão, está deprimido e com fortes sintomas de trombose. Ela relatou que o médico da PF, que acompanha o governador, pediu remédios mais fortes para combater os sintomas da doença.

Ainda de acordo com o relato de Flávia aos jornalistas, Arruda não saiu da cama nesta terça, não quis comer e está, de fato, muito deprimido. Sobre o escândalo de corrupção que desmantelou com o governo do marido, Flávia afirmou que o caso só prejudicou o próprio Arruda e que ele nunca quis prejudicar a população.

Avaliação do médico

Nesta terça, a Polícia Federal divulgou informações sobre a avaliação do estado de saúde de Arruda, feita pelo médico que examinou o governador nesta segunda-feira (8), em um hospital privado de Brasília. A assessoria da PF disse ao G1 que a avaliação do ultra-som dos pés do governador não demonstrou qualquer sinal de alteração.

Arruda foi hospitalizado após reclamar de dores na perna, causada por inchaço no tornozelo. "Ele teve um problema na perna. Ele passou mal e foi atendido em um hospital de Brasília, isso é verdade", afirmou o advogado de Arruda, Nélio Machado.

Ainda nesta segunda, os defensores do governador pediram autorização ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) para que Arruda seja atendido por um médico particular na Superintendência da Polícia Federal, onde está preso desde o dia 11 de fevereiro, suspeito de tentar subornar uma testemunha do inquérito do mensalão do DEM de Brasília. Segundo o tribunal, o pedido não tem data para ser apreciado.

Integrante da equipe de juristas que atua em favor de Arruda, o advogado Cristiano Maronna disse ao G1 que a defesa desconhecia o parecer médico sobre a saúde do governador.

Diante da avaliação médica, a assessoria da PF informou que vai manter a rotina estabelecida, segundo a qual Arruda é proibido de receber visitas de médicos particulares e tem direito apenas a duas avaliações de um especialista da própria PF. São duas consultas diárias para verificar a pressão e o estado geral de saúde do governador.

'Temo pela vida do governador'

Já no final da tarde desta segunda, o deputado distrital Batista das Cooperativas (PRP) convocou entrevista para dizer que "teme pela vida" do governador. Batista notificou às 18h35, à revelia, o governador da abertura pela Câmara Legislativa do DF do processo de impeachment. Arruda tem agora 20 dias para apresentar sua defesa à Casa.

"Eu temo pela vida do governador. Fiquei preocupadíssimo com o estado que ele está. Passado emocionalmente, com diabetes avançada, caminhando para trombose, com pés absurdamente inchados", afirmou Batista a jornalistas. "Estou preocupado com um ser humano que está recluso há mais de 20 dias em uma sala, que não é uma masmorra, mas que está longe de ser um espaço físico adequado para quem um quadro de diabetes. Senti o governador muito apático, está num estado deplorável", disse.

Os advogados de Arruda alegam que a saúde do governador não é boa e argumentam que ele precisa receber cuidados do seu próprio médico particular. "O governador tem vários problemas de saúde. Temos insistido para que o médico particular, de confiança dele, possa atendê-lo, mas a Polícia Federal coloca dificuldades. Ele já vinha com problema de pressão há um tempo. O governador já não é uma pessoa absolutamente saudável e está submetido a uma situação de grande estresse", disse.

Ele negou, no entanto, que esteja planejando pedir à Justiça que Arruda cumpra a prisão preventiva em casa ou em um hospital. "Não estou pensando nisso no momento. O que queremos é que ele possa, ao menos, ser assistido por seu médico", afirmou.

Segundo a PF, Arruda foi submetido a uma tomografia pela manhã, mas o exame não teria detectado nenhum problema no tornozelo do governador.Arruda voltou à sala onde está preso na Polícia Federal logo após os exames.

Prisão

O governador está preso desde o dia 11 de fevereiro sob a acusação de tentar subornar uma testemunha do caso do mensalão do DEM de Brasília. O escândalo começou no dia 27 de novembro, quando a Polícia Federal deflagrou a operação Caixa de Pandora. No inquérito, o governador afastado é apontado como o comandante de um esquema de distribuição de propina a deputados distritais e aliados.

Nesta quinta-feira (4), o Supremo Tribunal Federal (STF) negou o pedido de habeas corpus do governador, por nove votos a 1. Segundo o advogado Nélio Machado, Arruda teria ficado "abatido" com a decisão. "Ele tinha a expectativa de ser solto e ficou naturalmente abatido com o que aconteceu."

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