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O balanço do primeiro dia de execução da Operação Guanabara, que envolve ações de reforço da segurança nas eleições municipais do Rio de Janeiro, foi satisfatório, conforme avaliou nesta quinta-feira (11) o presidente em exercício do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), desembargador Alberto Motta Moraes.

Um efetivo de 3.500 homens das Forças Armadas ocupou sete comunidades previamente determinadas: Cidade de Deus, Rio das Pedras e Gardênia Azul, na zona oeste da capital; e Vila do João, Vila dos Pinheiros, Conjunto Esperança e favela Nova Holanda, no Complexo da Maré. As tropas permanecerão nessas localidades até o próximo sábado, revezando-se em turnos de 24 horas. A partir de domingo (14), deverão ser ocupadas as comunidades de Taquaral, Coréia e Vila Aliança.

O desembargador Motta Moraes disse que não foi registrado nenhum problema nas comunidades ocupadas, reconhecendo que isso se devia, talvez, à estratégia de divulgação antecipada das Forças Armadas nos locais que seriam ocupados. Isso fez com que os milicianos ou traficantes se afastassem. Ele admitiu, entretanto que, quando as tropas saírem das comunidades, os bandidos poderão voltar a atuar. Moraes deixou claro que, se houver necessidade, "o eleitor pode ter certeza de que as Forças Armadas retornarão. Isso é o mínimo que se pode fazer para ofertar uma segurança relativa à população desses locais", disse.

Motta Moraes destacou que as Forças Armadas não podem exercer uma atividade policial nas comunidades, porque essa é uma prerrogativa do estado. O objetivo da Operação Guanabara é transmitir tranqüilidade para que o eleitor vote. "É garantir, com reforço das polícias Civil, Militar e Federal, a tranqüilidade nas eleições", afirmou.

O desembargador assegurou que, no dia das eleições, as Forças Armadas "vão estar presentes pela cidade". O efetivo, porém, ainda não está definido. "No dia da eleição, o pensamento é a cidade como um todo". A atuação das tropas será mais dispersa, abrangendo áreas maiores, explicou Motta Moraes.

Ele destacou, contudo, que quem deve garantir a segurança é o próprio eleitor, recorrendo à premissa de que o voto é secreto. "Ele ainda não entendeu que o voto dele é absolutamente secreto. Quem tem a segurança é o próprio eleitor. Ele é o maior depositário da própria segurança do voto dele. É só ele saber votar e manter-se calado", indicou Motta Moraes. Ele ponderou que muitas pessoas já correram risco e se enfrentaram porque resolveram falar demais. Por isso, voltou a recomendar que a receita "é manter mesmo sigilo do voto secreto. Essa é a condição".

O que "causou espanto ao pessoal do TRE", segundo o desembargador, foi a quantidade de propaganda irregular encontrada. Em Rio das Pedras e na Maré, a Justiça Eleitoral lotou quatro caminhões da Companhia Estadual de Limpeza Urbana (Comlurb) com material irregular, que será destinado à reciclagem, informou o coordenador da fiscalização da propaganda eleitoral no estado do Rio de Janeiro, juiz Luis Márcio Alves Pereira.

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