Primeiros testes divulgados pela Fiocruz deram negativo para febre maculosa

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Os primeiros testes de laboratório feitos com amostras do sangue de três pessoas que podem ter contraído febre maculosa em Itaipava deram negativo para a doença. Segundo a infectologista Elba Lemos, que está conduzindo os exames na Fiocruz, esse resultado já era esperado mesmo que os três pacientes tenham sido vítimas de bactérias Rickettsia, transmitidas pela picada de carrapatos Amblyomma.

De acordo com a especialista, pode ser que o organismo não tivesse tido tempo, até a data das coletas de sangue, de produzir os anticorpos que seriam identificados nos exames. Por isso, a instituição ainda está fazendo outros tipos de teste, como biópsias de pele e análise de outra amostra do professor aposentado que continua internado no Hospital São Lucas. Os exames conclusivos devem ficar prontos até o fim da semana. As duas outras pessoas - o jornalista Roberto Moura e o superintendente da Vigilância Sanitária Fernando Villas-Boas Filho - morreram.

O hospital informou que permanece grave o estado de saúde do professor, cujo nome não será divulgado a pedido dos familiares. Ele está internado no Centro de Tratamento Intensivo (CTI) desde o dia 25 de outubro.

- A cada dia percebemos ligeiros sinais de melhora e estabilidade clínica, mas o quadro geral do paciente ainda é bastante grave. Ele continua respirando com ajuda de aparelhos e sendo submetido à hemodiálise - explica o chefe do CTI da unidade, Marcos Knibel.

O corpo de Fernando Villas Boas Filho, de 41 anos, foi sepultado nesta terça-feira no Cemitério São Francisco Xavier, no Caju. Ele morreu na segunda-feira, após 12 dias internado com quadro infeccioso grave em vários órgãos.

Fernando, Roberto e o professor estiveram hospedados nos últimos 15 dias na pousada Capim Limão, em Itaipava, interditada preventivamente pela Vigilância Sanitária da Prefeitura de Petrópolis no fim de semana. Os 12 hóspedes que ainda permaneciam tiveram que sair no domingo.Especialistas da Fiocruz e técnicos da Vigilância Sanitária do Estado do Rio de Janeiro fizeram, nesta segunda-feira, uma nova vistoria na pousada. O estabelecimento ficará fechado até o fim das investigações sobre a possível infestação na vizinhança de carrapatos-estrela, ou micuins, infectados pela bactéria Rickettisia rickettsii, que transmitem a febre maculosa.

A transmissão ocorre quando o carrapato infectado pica o homem durante pelo menos quatro horas. Os sintomas aparecem em média sete dias depois: manchas avermelhadas, dores no corpo, vômitos e febre com calafrios. O paciente deve ser medicado em, no máximo, cinco dias.

Segundo a Fiocruz, em 2002, duas pessoas morreram com febre maculosa em Barra de Piraí, no sul do estado. A infectologista Elba Lemos disse que quem tiver febre depois de contato com carrapato deve procurar um médico.

- O antibiótico existe e é barato. Quando se trata a febre maculosa, ninguém morre. O problema é quando não se pensa na doença e se demora a fazer o tratamento, porque, então, passa a ser fatal. Não tem como reverter - explicou Elba.

Os sintomas da doença são febre, manchas e dores no corpo. A Secretaria de Saúde de Petrópolis colocou o telefone (0XX24) 2221-6262 à disposição do público para o esclarecimento de dúvidas.