Brasília - Criticado pela indefinição ideológica, o PSD lançou ontem um manifesto em que assume como principal bandeira a realização de uma Constituinte exclusiva para revisar o texto constitucional de 1988. O plano é apresentar uma emenda no Senado que preveja a convocação de uma eleição específica para 2014. Os trabalhos durariam dois anos e seriam focados nas reformas política, tributária, fiscal, penal e trabalhista.
"Dirão que não é o momento. É verdade, passou do tempo", diz o documento, que também detalha alguns posicionamentos ideológicos do partido.
Famoso pela afirmação de que o PSD "não seria de direita, nem de centro, nem de esquerda", o presidente nacional da legenda, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, voltou atrás ontem. "Somos de centro", definiu.
Na verdade, o manifesto do PSD incorpora valores de direita, como a defesa do livre mercado, da iniciativa e propriedade privadas, mas também acena para a esquerda. "Acreditamos em um Estado forte, regulador, mas democrático e centrado em suas prioridades sociais", descreve o texto.
Para o vice-presidente do PSD no Paraná, Alceni Guerra, não há qualquer ambiguidade. "As teses puristas de esquerda e direita não existem mais. Somos um partido que se propõe ao diálogo, à negociação, nos moldes políticos do velho PSD", diz ele. A primeira "versão" homônima da legenda funcionou entre 1945 e 1965 e teve Juscelino Kubitscheck como membro mais famoso.
O ideário da sigla, contudo, ainda está em mutação. O programa partidário entregue ao TSE é praticamente simbólico e deverá ser substituído por um documento formulado a partir de seminários previstos para os 27 estados a partir dos próximos meses.
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