Principal fornecedor de armas do tráfico é caçado

• 0

Investigando um grupo de traficantes de drogas do Morro do Dendê, policiais da Delegacia de Repressão a Armas e Explosivos (Drae) da Polícia Civil acabaram chegando ao paranaense Valdenício Antunes Barbosa, considerado na atualidade um dos maiores traficantes de armas e munição do país. Val ou João Grandão, como é conhecido, foi citado numa conversa entre o traficante Robson André da Silva, o Robinho Pinga, na época em liberdade, e um homem que seria seu braço direito. Eles armavam um mirabolante plano do contrabandista de conseguir comprar um avião para transportar armas e munição para os traficantes do Rio.

Trabalhando em conjunto, o delegado Carlos Oliveira, titular da Drae, e o promotor Sauvei Lai, do Ministério Público estadual, disseram que Val — sempre tratado nas conversas gravadas como João Grandão — é o principal fornecedor de armas e munição para várias quadrilhas de traficantes do Rio. Seu plano era levar, de avião, armas contrabandeadas do Paraguai para o interior de São Paulo. De lá, o carregamento seguiria para os morros do Rio em carros pela Rodovia Presidente Dutra ou por Minas, via Juiz de Fora.

A história de Val no contrabando de armas e munição para os bandidos do Rio é antiga. Em 2002, depois de vários meses de investigações, policiais federais da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) do Rio prenderam o contrabandista na Rodovia Presidente Dutra, transportando quatro mil projéteis calibre 762 (usados nos fuzis AK-47). Com ele foi detido também o sargento da PM Luiz Carlos Azevedo. Val foi condenado pela Justiça Federal a dez anos de prisão em regime fechado e cumpriu um terço da pena. Em 2005, conseguiu liberdade condicional para ser cumprida no Paraná, sua terra natal.

Com base nas investigações da Drae, a Justiça estadual decretou ontem, a pedido de Sauvei Lai, a prisão de Val e nove traficantes do Rio. Os dez são acusados de tráfico de drogas, comércio ilegal de armas e munição e formação de quadrilha. Segundo policiais civis, o paradeiro do contrabandista seria a cidade de Foz do Iguaçu, na fronteira com o Paraguai.