O presidente em exercício, Michel Temer, afirmou nesta sexta-feira (24), em entrevista exclusiva à Rádio Estadão, que lamenta o contexto da prisão de Paulo Bernardo, ex-ministro dos governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. O político petista, marido da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), integrante da chamada tropa de choque de Dilma na comissão do impeachment no Senado Federal, foi preso na manhã de quinta-feira em Brasília, pela operação Custo Brasil – um desdobramento da Lava Jato.
“Vi a declaração de Gleisi de que ele [Paulo Bernardo] foi detido na frente dos filhos. É um fato doloroso e eu quero lamentar publicamente a prisão dele”, afirmou Temer. “De qualquer maneira, é preciso prestar obediência às decisões [judiciais].”
Temer também respondeu sobre o fato de um juiz de primeira instância ter autorizado a prisão de Bernardo no apartamento funcional de Brasília da senadora Gleisi, que tem direito a foro privilegiado no Supremo Tribunal Federal (STF). Mas não disse se considera ou não ilegal a ação. O presidente em exercício apenas defendeu a manutenção da harmonia entre os Poderes Legislativo e Judiciário. “É preciso prestar muito obediência a este princípio”, disse, complementando que a desarmonia é inconstitucional.
Preso na quinta-feira, Paulo Bernardo é investigado pela suposta coordenação de um esquema de corrupção no Ministério do Planejamento, que teria desviado R$ 100 milhões entre os anos de 2010 e 2015.