A prisão de um homem suspeito de matar a menina Ana Gabrielle Santos Ferreira, 6, provocou um dia de fúria em Conchal (a 172 km de São Paulo) nesta sexta-feira (21). Dezenas de moradores tentaram linchar o suspeito e queimaram dois ônibus, destruíram fachadas de lojas, de prédios públicos, semáforo, bancos de praça e luminárias da cidade.
O corpo de Ana Gabrielle, que estava desaparecida desde o último final de semana, foi encontrado na quinta-feira (20) em um matagal e enterrado na manhã desta sexta. A menina foi esfaqueada após desaparecer da casa de uma tia, onde passava o dia, no mesmo conjunto habitacional em que o suspeito foi preso. Ele era vizinho da família e, segundo a polícia, confessou o crime.
Dezenas de moradores tentaram invadir o condomínio da CDHU (Companha de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo) onde o homem foi preso e, depois, a delegacia da cidade. Em seguida, iniciaram a destruição. Os atos de vandalismo começaram às 17h e só terminaram por volta da meia-noite, quando a multidão foi contida por policiais militares. Uma pessoa foi detida.
A Polícia Militar de Conchal precisou pedir o reforço de policiais de cidades da região, como Leme, Pirassununga e Piracicaba. Cinquenta viaturas foram para o local. Vinte continuam em Conchal, cidade de apenas 27 mil habitantes, para evitar novos tumultos. Policiais do Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais) também foram para a cidade.
Além do quebra-quebra, alguns moradores saquearam lojas e levaram aparelhos de TVs e roupas, de acordo com a polícia.
Segundo informações da Polícia Militar, o suspeito foi transferido para a cadeia de Araras, mas no local também houve tentativa de invasão e linchamento. Por causa disso, ele foi levado para outra cidade da região.
O desaparecimento de Ana Gabrielle no sábado (15) mobilizou a família e amigos. Uma campanha foi organizada para tentar localizar a criança. Cartazes foram espalhados pela cidade e fotos da menina foram publicadas nas redes sociais.
Ela teria saído sozinha por volta das 20h de sábado da casa onde passava o dia para ir atrás da tia e da prima. Depois disso, desapareceu. Os familiares acreditam que o corpo tenha sido colocado no matagal onde foi encontrado na madrugada de quinta-feira, pois o local já havia sido vistoriado antes.