Problemas afetam Curitiba e outras cidades grandes

Não é só nos pequenos municípios do Paraná que os novos prefeitos têm encontrado situações difíceis nos primeiros dias de gestão. Em Curitiba, Gustavo Fruet (PDT) decretou moratória de 90 dias para pagamentos que superem R$ 30 mil. O pedetista determinou ainda a redução dos gastos de custeio da administração municipal em pelo menos 15%.

Além disso, ele afirmou que as dívidas herdadas da administração anterior podem levar à paralisação de serviços. Levantamento realizado pela nova equipe de governo aponta que a gestão anterior deixou R$ 330 milhões em restos a pagar. Segundo o levantamento, 70% dos restos a pagar não foram nem sequer empenhados.

Em nota, o ex-prefeito Luciano Ducci (PSB) disse ter entregue a prefeitura com R$ 265 milhões em caixa e que os relatórios encaminhados ao Tribunal de Contas do Estado (TC) apontam situação financeira "saudável". "O valor dos compromissos a pagar, de aproximadamente R$ 300 milhões, corresponde a apenas 15 dias de arrecadação", afirmou Ducci.

Interior

Em Londrina, Alexandre Kireeff (PSD) anunciou um contingenciamento de R$ 70 milhões. Entre os problemas a serem sanados estão o déficit de mais de 4 mil vagas na educação, a falta de médicos e agentes na rede básica de saúde e o esgotamento da capacidade dos cemitérios e da Central de Tratamento de Resíduos. Outro desafio será garantir a continuidade de serviços essenciais como merenda, transporte escolar e coleta seletiva de lixo, que tinham contratos já vencidos quando Kireeff assumiu a prefeitura.

Já em Ponta Grossa, o prefeito Marcelo Rangel (PPS) suspendeu o pagamento de toda despesa empenhada até 31 de dezembro de 2012. Segundo a prefeitura, as contas do município não estão liberadas pelo TC, o que impede a realização de convênios. A prefeitura tem uma dívida de R$ 20 milhões com a Sanepar, o que motivou a inclusão do município no Cadastro de Inadimplentes.

Um dos principais problemas em Foz do Iguaçu é o atraso no pagamento do salário de cerca de 7 mil servidores. De acordo com o prefeito Reni Pereira (PSB), por enquanto serão pagos R$ 7 milhões, o equivalente a apenas 40% da dívida.

Não foram encontrados para comentar o assunto os ex-prefeitos Barbosa Neto (PDT), de Londrina; Pedro Wosgrau (PSDB), de Ponta Grossa; e Paulo Mac Donald Ghisi (PDT), de Foz do Iguaçu.