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Temer deixa reunião com líderes aliados: “a base toda tem que estar reunificada”, disse. | José Cruz/Agência Brasil
Temer deixa reunião com líderes aliados: “a base toda tem que estar reunificada”, disse.| Foto: José Cruz/Agência Brasil

idas e vindas

Com a decisão da presidente Dilma Rousseff de incumbir o vice-presidente da República, Michel Temer, da articulação política com o Congresso, a Secretaria de Relações Institucionais foi extinta. O último ministro da pasta, Pepe Vargas, foi deslocado para a Secretaria de Direitos Humanos. Já Ideli Salvatti, que estava no cargo até agora, deverá assumir a presidência dos Correios. A confirmação deve ser feita nesta quinta-feira (9).

O vice-presidente Michel Temer, novo responsável pela articulação política do governo com o Congresso, afirmou nesta quarta-feira (8) que os problemas entre o PMDB e o governo tendem a acabar. Ele comandou a primeira reunião de líderes da base aliada do governo no início da tarde, na qual todos os partidos aliados assinaram um pacto de responsabilidade fiscal que veta a votação de propostas que aumentem despesas ou cortem receitas.

“Não é PT e PMDB que estão na pauta. O que está em pauta é a base aliada. A base toda tem que estar reunificada em torno dos projetos do governo e auxiliando nos projetos do governo”, afirmou após o encontro.

Enfrentando resistências do PMDB e enfraquecido dentro do próprio partido, o ministro Aloizio Mercadante (PT), da Casa Civil, não deve ser escanteado da articulação política, segundo Temer. Mesmo com a declaração, o vice-presidente alfinetou o colega. “O ministro vai participar [de reuniões de articulação política]. Mas é claro que cada um terá as suas tarefas. Eu não interferirei nas questões administrativas, mas farei, portanto, a articulação de natureza política”, disse.

Os líderes da base se reuniram com Temer para assinar um acordo “pelo reequilíbrio macroeconômico para a retomada do crescimento”. O pacto foi pedido pela presidente Dilma Rousseff em reunião com os parlamentares na terça-feira (7). Dilma fez um apelo para que eles assumissem a responsabilidade de que, enquanto durar o ajuste fiscal, a base aliada no Congresso evitará matérias que tenham impacto fiscal relevante.

Para o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), o pacto é uma importante sinalização para o mercado e para o país. “Foi o momento alto, coroando a construção na nova relação com o Congresso, além da consolidação da base, com toda a pluralidade que ela desperta”, afirmou.

O petista elogiou também a escolha de Temer para a articulação política. “A presidente demonstrou muita altivez e compromisso ao indicar Temer como articulador político. Temer sempre foi um grande colaborador e pela história dele no Congresso será um grande articulador, ajuda muito nesse momento, só despertou simpatia e apoio.”

De saída

Com a nova função, Temer analisa se licenciar da presidência nacional do PMDB para evitar possíveis conflitos com outros partidos da base aliada. O mais cotado para assumir o cargo é o senador Romero Jucá (RR), que durante a campanha eleitoral do ano passado declarou apoio ao adversário de Dilma, o tucano Aécio Neves (MG).

Jucá se reuniu rapidamente com Temer nesta quarta-feira (8). Questionado ao fim do encontro se assumiria a presidência do PMDB, ele não negou mas também não quis confirmar a possibilidade.

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