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O Conselho de Ética do Senado definiu nesta terça-feira (3) criar uma comissão de três relatores para o processo contra o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), acusado de receber ajuda de um lobista para pagar despesas pessoais. Os nomes, porém, serão definidos somente nesta quarta (4).

Os favoritos, por enquanto, são Renato Casagrande (PSB-ES), Marisa Serrano (PSDB-MS) e Almeida Lima (PMDB-SE). O Democratas ainda postula uma vaga e negociará com os líderes partidários essa possibilidade. O conselho decidiu que os relatores serão escolhidos até às 16h desta quarta.

A comissão é a terceira tentativa do conselho de indicar um relator ao processo. O primeiro escolhido foi Epitácio Cafeteira (PTB-MA), autor de um relatório que pede o arquivamento do processo. Cafeteira pediu licença por motivos de saúde. No seu lugar, entrou Wellington Salgado (PMDB-MG), que renunciou à função menos de 24 horas depois de assumi-la.

O trio de relatores foi sugerido depois que o conselho recebeu de volta o processo da Mesa Diretora. Na segunda (2), o presidente do conselho, Leomar Quintanilha (PMDB-TO), havia remetido a investigação à Mesa alegando falhas processuais. Nesta manhã, os integrantes da Mesa reuniram-se e decidiram devolver ao processo ao órgão.

A reunião foi longa porque aliados de Renan defendiam a interpretação de que, com a decisão da Mesa Diretora, o processo deveria começar da estaca zero, anulando tudo o que foi feito até agora, inclusive a perícia da Polícia Federal em documentos apresentados por Renan. A oposição, no entanto, não concordou.

Orientado pela secretaria-geral, Quintanilha avisou que o processo começará do ponto que parou. Ou seja, Renan não será notificado novamente, nem haverá novo prazo para a defesa.

Apelos

Renan, aliás, foi constrangido pelos colegas em plenário nesta terça. Senadores da oposição e da base do governo fizeram na sessão desta terça apelo para que ele deixe o cargo.

Renan ouviu, por cerca de duas horas, pelo menos 15 senadores pedindo seu afastamento, entre eles dois do PMDB, Pedro Simon (RS) e Jarbas Vasconcelos (PE), e dois da base do governo: Eduardo Suplicy (PT-SP), e Renato Casagrande (PSB-ES).

Sentado na cadeira de presidente, Renan avisou que não renunciará ao cargo. "Sucumbir à sedução de um pseudo clamor é incompatível com a coragem e honradez que tenho me pautado. Com serenidade, entendo que devo permanencer na presidência, mesmo que, com isso, contrarie apetites políticos de ocasião", disse Renan. "Quero saber qual é acusação", questionou.

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